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Aécio: alianças são consequência da capacidade de expressar o novo

Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (19), em Belo Horizonte (MG), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ressaltou a importância da união de todas as alas do partido, na construção de uma nova agenda para o país.

“O caminho mais correto, mais adequado, neste momento, não é o de buscar ainda alianças partidárias. Isso é consequência. De quê? Da nossa capacidade de voltarmos a falar para as pessoas, de voltarmos a expressar algo novo”, disse.

O tucano destacou ainda a contribuição do ex-governador José Serra (PSDB) para a social democracia.

“O Serra é uma figura hoje extremamente importante para as oposições no Brasil. Uma figura que extrapola os limites do próprio PSDB. É fundador do partido, uma referência de seriedade, de respeitabilidade”, reiterou. “Da nossa parte, a vontade é que ele esteja ao nosso lado.”

O senador participou de uma homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no 13º Congresso dos Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais, na capital mineira.

Em sua fala, Aécio também criticou a intervenção do governo federal na aprovação de um projeto que inibe a criação de novos partidos, limitando o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda em rádio e televisão.

Para ele, a ação incoerente revela descompromisso com a democracia e demonstra “grande receio com o processo eleitoral”.

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Sobre a intervenção do governo federal na criação de novos partidos
Incoerência do governo, descompromisso com a democracia e uma demonstração, acho eu, de receio, um grande receio com o processo eleitoral. Poucas vezes se viu um governo agir de forma tão casuística, interferiu de forma tão dura no processo legislativo. Sempre fui muito crítico da liberalidade com que os partidos políticos se criaram no Brasil. Mas já que houve, nessa legislatura, a permissão para que um partido se formasse sob o guarda-chuva do governo, estimulado pelo governo não é justo que outros nessa legislatura não possam fazê-lo também. Defendo as regras de limitação para a próxima legislatura. Pretendo, inclusive, conversar com a ex-ministra Marina esta semana. O PSDB vai estar firme no plenário, denunciando esse casuísmo. Não temos maioria, como vocês sabem, mas vamos usa o regimento, denunciar mais essa demonstração de que o governo só pensa na eleição.

A questão pode ser levada ao STF?
Essa não é uma iniciativa que cabe a nós, mas o que tenho lido, o que tenho ouvido, é que aqueles diretamente interessados, lideranças do novo partido que surge com a fusão do PPS com o PMN, e eventualmente a própria Marina e seus colaboradores, podem fazê-lo. Decisão que fatalmente, acredito que, terminará no Supremo. Mas isso tudo fica uma sinalização muito clara. As últimas movimentações da presidente da República, fazendo uma agenda que não é típica de presidente da República. Uma agenda que é do PT. Ela tem buscado encaixar na agenda do PT alguns eventos de pouco significado para o presidente da república. E essa ação contundente, extremamente truculenta no Congresso Nacional, é para mim a demonstração de que o governo está extremamente preocupado com o desfecho eleitoral. Seja pela economia, seja pela incapacidade que tem mostrado em enfrentar os principais problemas do Brasil, na infraestrutura, na saúde, na segurança pública.

Sobre o novo partido e o ex-governador José Serra
O Serra é uma figura hoje extremamente importante para as oposições no Brasil. Uma figura que extrapola os limites do próprio PSDB. É fundador do partido, uma referência de seriedade, de respeitabilidade. E o PSDB estará sempre de portas abertas, até porque não sou eu quem abre essas portas, ele próprio construiu o PSDB. Da nossa parte, a nossa vontade é que ele esteja ao nosso lado. Claro que é uma decisão que ele vai tomar, mas, eu tenho falado com o Serra, semana passada nos falamos mais uma vez por telefone, em nenhum momento, ele demonstrou qualquer intenção de deixar de ser um companheiro dentro do PSDB. É o que sei e que espero que possa acontecer.

Sobre o PSDB-SP
O que tenho visto é o PSDB de São Paulo muito unido. Tive oportunidade de presenciar isso. Há um entusiasmo grande do PSDB com a possibilidade de novamente disputarmos a presidência da República, e estou muito feliz com todas as manifestações que tenho recebido do PSDB de São Paulo. Não posso querer mais do que tenho recebido.

Sobre a candidatura de Eduardo Campos
Não é segredo para ninguém que tenho dito que quanto mais plural for o debate, bom para o Brasil, bom para a democracia e para a disputa. Então, acho que a candidatura de Eduardo Campos é uma candidatura que vem agregar. Todas as candidaturas que têm o que dizer são importantes, independente do desfecho eleitoral. Acho que é muito prematuro você dizer que essa me ajuda, a outra me prejudica. O PSDB terá uma candidatura, até porque isso não é uma opção do PSDB, é uma responsabilidade do PSDB apresentar um projeto alternativo a esse que aí está. O Eduardo busca construir a sua candidatura e eu estimulo para que possa construí-la.

Sobre apoio ao PPS
O PPS, ou o novo partido criado, vai decidir isso no tempo certo. Tenho recebido manifestações de membros do PPS de muito estímulo na nossa candidatura, como do ex-ministro Raul Jungmann, companheiros até de Minas Gerais, como o deputado Humberto Souto, ontem o deputado Stepan Nercessian. Acho que o partido que surge da fusão do PPS com o PMN terá o momento certo para tomar sua decisão. O que é importante, qualquer que seja essa decisão, será no campo oposicionista. E quanto mais forte estiver a oposição, mais, eu também, me sinto fortalecido.

Sobre sucessão no governo de MG
Converso sempre com os nossos companheiros. E conversei mais uma vez ontem com alguns desses companheiros para dizer algo que é muito claro. Nós somos um grupo político. O que tem vencido as eleições em Minas não é o Aécio, não é o Anastasia, é um modelo de gestão aprovado pela população. Sério, planejado e com resultados em, absolutamente, todas as áreas.

Minas Gerais é uma referência hoje para outros estados brasileiros, e também para fora do Brasil como, por exemplo, organismos internacionais como BID e Banco Mundial têm o nosso modelo de gestão como exemplo para outros estados, de outros países do mundo. Minas Gerais tem a melhor educação fundamental, hoje, do Brasil, a melhor saúde do Sudeste, cresce bem mais que a média nacional. Por quê? Porque tem uma gestão aprovada. E nós somos um grupo político que construiu isso. Unidos somos muito fortes. Foi apenas essa a palavra que levei aos nossos companheiros e, tenho certeza que esse grupo político que me deu o privilégio de governar Minas por duas vezes e, agora, elegeu o governador Anastasia, estará todo ele junto para, no momento certo, surgir uma candidatura.

Sobre reunião com aliados em MG
Uma conversa que houve sim, mas entre companheiros para que tenhamos agora uma nova estratégia. Os nomes que se colocam, que se dispõem a enfrentar a sucessão do governador Anastasia devem caminhar juntos pelo Estado, mostrando o que foi feito ao longo desses anos, refrescando a memória dos mineiros em relação a todos os avanços que tivemos em todas as regiões do Estado e em todas as áreas, e apresentando o futuro, apresentando as propostas para o futuro. E, no momento certo, surgirá um candidato que estou convencido mais uma vez, pelo bem de Minas, vai vencer as eleições.

Sobre alianças nacionais em 2014
Eu não sou candidato a Presidência da República. Eu assumirei o partido provavelmente, agora, no dia 19 de maio e vamos construir a nossa estratégia de conversar com a sociedade. O caminho mais correto, o caminho mais adequado neste momento, não é o de buscar ainda alianças partidárias. Isso é consequência. De quê? Da nossa capacidade de voltarmos a falar para as pessoas, de voltarmos a expressar algo novo, voltarmos a fazer com que as pessoas sintam, sonhem e acreditem que é possível fazermos muito mais do que está sendo feito hoje. Esse é o nosso desafio.

O ano de 2013 será dedicado a andarmos pelo país, a conversarmos com as pessoas, ouvirmos as pessoas e acredito que, a partir do final do ano, vou repetir, no amanhecer de 2014, aí sim, com uma candidatura formalmente colocada, aí é hora de buscarmos aliados. E acredito que há uma possibilidade grande de termos, ao nosso lado, várias forças políticas inclusive algumas que hoje estão na base de sustentação do governo. Porque chegarão à conclusão de que o Brasil merece um governo muito mais eficaz, com mais compromissos com a ética, mais ousado no campo da gestão, e que permita ao Brasil crescer muito mais do que vem crescendo do que o governo que está aí.

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