Brasília – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reiterou, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (23), sua posição contrária à aprovação do Projeto de Lei 4470/12. O projeto inibe a criação de novos partidos, limitando o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda em rádio e televisão.
“Estamos iniciando no Senado um grande movimento em favor da democracia. Não é razoável que o governo estimule a criação de partidos políticos para lhe dar apoio e impeça, na mesma Legislatura, a criação de outros partidos políticos que têm uma outra visão de país”, disse.
O tucano criticou a premissa dos “dois pesos e duas medidas” aplicada pelo executivo, que apoiou a criação do aliado PSD, em 2011, mas dificulta a articulação de concorrentes à campanha presidencial.
“Não é justo que a população brasileira seja cerceada de opções do nível de Marina Silva, Eduardo Campos e outras que possam surgir legitimamente. O que não aceitamos é o casuísmo do governo federal, o rolo compressor da maioria, que age como se temesse a disputa eleitoral”, declarou.
Para Aécio, a aprovação da PL às vésperas do embate eleitoral representa uma “violência” com a democracia.
“Não é um movimento da oposição. É um movimento da cidadania. E espero que possamos, no plenário do Senado Federal, não aprovar, rejeitar a proposta de urgência que deve ser apresentada pelo governo do PT”, completou.
O parlamentar participou de reunião com um grupo de senadores e deputados nesta tarde, com o objetivo de debater o projeto.
Entre os presentes estavam o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), a ex-ministra Marina Silva (Rede), o deputado federal Roberto Freire (MD-SP) e lideranças do PMDB, PSB, PDT e PSOL.
Aprovada na Câmara dos Deputados, a proposta segue agora para o Senado.


