A baixa produtividade, alta carga tributária e a perda de competitividade da indústria, além de outros problemas estruturais, têm afetado fortemente a balança comercial brasileira, fazendo com que o segmento de manufaturados acumulasse déficits bilionários nos últimos anos.
Segundo o jornal O Globo, o setor passou de um superávit de US$ 5,2 bilhões em 2006 para um déficit de US$ 94,9 bilhões no ano passado.
O mais preocupante é que a tendência do prejuízo é aumentar.
Estimativas de fontes do governo e especialistas mostram que a diferença entre importações e exportações de produtos industrializados deverá superar os US$ 100 bilhões em 2013.
O deputado federal Carlos Roberto (PSDB-SP), titular da comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, acredita que os resultados pífios se devem à falta de incentivo do governo ao setor industrial.
“O que estamos vendo hoje, a perda do país em cima da política do PT, tem levado o Brasil a números cada vez piores. Atualmente, o setor industrial é privado, não depende de nenhum tipo de política governamental. O problema é que não se pode fazer nada se não tiver fomento”, explica.
O tucano avalia que os gargalos na infraestrutura também são altamente prejudiciais. “O país não consegue competir com países como Índia e China”, compara.
Para ele, “o governo não tem dimensão daquilo que é responsabilidade, não vê o que é essencial”.
“Não há infraestrutura para escoar a produção. Se a indústria dependesse da política econômica, também não teria como fazer isso. Não existe transporte para chegar e sair. Estamos à beira do caos em termos de mobilidade”, afirma.