Deputados, médicos e representantes de associações rechaçaram a iniciativa da presidente Dilma de contratar 6 mil médicos cubanos, portugueses e espanhóis. Em audiência pública conjunta das comissões de Relações Exteriores, de Defesa Nacional e de Seguridade Social e Família nesta quarta-feira (15), eles garantiram que não faltam profissionais. O problema, segundo eles, é de cunho ideológico e de desrespeito às leis, além da falta de investimentos na saúde.
Para o deputado Urzeni Rocha (RR), a decisão do governo petista é equivocada. Segundo o tucano, o governo precisa pagar melhor os profissionais de saúde, investir em unidades básicas e hospitais e equipá-los com medicamentos. “Importar médicos para resolver o problema da distribuição de profissionais no país não é a solução. Médicos, o Brasil tem muitos e de boa qualidade. O que falta é exatamente um financiamento digno para a saúde”, disse.
Rocha ressalta não ser contra a vinda de médicos estrangeiros. Ele cobra, no entanto, que os profissionais tenham formação e qualificação para atender a população brasileira. “Não somos contra a vinda de médicos, somos contra trazer médicos para cá sem saber a capacidade técnica deles. Mesmo não sendo contra, não achamos que é a solução”, retrucou. O deputado, que é médico, lembrou a ida, há alguns anos, de médicos cubanos para Roraima. Passados dois anos, todos se mudaram para grandes centros e abandonaram o projeto inicial.
O deputado Walter Feldman (SP), que também é médico, acredita que o PT confunde os fatos. De acordo com ele, em saúde não dá para adotar um viés ideológico. “Queremos que o mais pobre cidadão brasileiro seja muito bem atendido em qualquer ponto do país. Quando importam médicos sem a qualificação profissional adequada, estão querendo dar um tratamento ideológico”, completou. Existem cerca de 360 mil médicos no Brasil. Por ano, chegam ao mercado de trabalho 15 mil novos profissionais.
Do Portal do PSDB na Câmara