
Economistas e agentes do mercado financeiro acreditam que o Brasil não conseguirá cumprir a meta para o superávit primário estabelecida pelo Ministério da Fazenda. A previsão, publicada em reportagem do jornal Correio Braziliense desta quarta-feira (19), é endossada pelo deputado federal Vaz de Lima (PSDB-SP).
“Acho bem pouco provável que essa meta idealizada pelo ministro Guido Mantega seja atingida. A equipe econômica do governo federal está perdida. Não consegue dar uma definição correta para o rumo dos trabalhos. A consequência disso é o desarranjo”, declarou o parlamentar.
O superávit primário é a economia, feita pelo governo federal, para o pagamento dos juros da dívida pública. O Ministério havia estabelecido inicialmente o patamar de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para essa finalidade. Mas a expectativa do mercado é que o índice não ultrapasse 2% do PIB.
“Não existe uma política macroeconômica sólida para o longo prazo. A economia é conduzida por soluços: há um soluço na economia, e aí a equipe age. E sempre com mais preocupação com a eleição do que com a estabilidade do país”, disse Vaz.
O deputado acha que outro componente que leva a economia nacional a um mau momento é a gestão equivocada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O Correio revelou que os especialistas criticaram o excesso de repasses de dinheiro do Tesouro Nacional para o banco.
“O BNDES, nos últimos anos, se transformou em um mecanismo de enviar dinheiro público para ações privadas. E sem um retorno devido para a sociedade”, concluiu.