O deputado Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB na Câmara, reuniu no último sábado (22) cerca de 150 pessoas, dentre lideranças políticas, autoridades e militantes, em Valinhos, interior de São Paulo. Além de prestar contas de seu mandato na Câmara, o terceiro consecutivo, Sampaio também fez um balanço de suas atividades como líder de bancada, criticou a relação da presidente Dilma Rousseff com o Congresso Nacional e comentou a onda de protestos que tomou conta do país cobrando melhorias nos serviços públicos e mudanças na política.
“É um movimento difuso, mas muito bom para o país. Quando meu filho me disse que iria participar, eu aplaudi. Tem que participar mesmo, pacificamente. Sem vandalismo e violência”, disse. “É importante porque é um movimento de indignação generalizada. Até que enfim! Não é possível que o Brasil se mantivesse inerte diante de tantas coisas erradas. É um movimento de indignação contra toda a classe política, indistintamente”, completou o líder tucano.
Para Sampaio, trata-se de um movimento “da sociedade, apartidário”. “Não tem sentido nenhum partido pegar carona no movimento. Temos que aproveitar esse movimento para fazer uma autocrítica. Estou preocupado é em saber como é que eu pego esse movimento para mudar a Câmara. Como o Congresso pode mudar essa realidade? Mudou quando votou contra o 14º e 15º salários [dos parlamentares, proposta defendida há muitos anos por Sampaio]. Agora, tem que votar a PEC 37 e derrubar essa proposta vergonhosa”, disse, se referindo à proposta de emenda constitucional que limita o poder de investigação do Ministério Público (MP), cuja votação está prevista para o próximo dia 4.
“A Câmara também tem que derrubar o voto secreto, outra vergonha nacional. É com ação concreta, com postura, que se muda, não com discurso”, argumentou Sampaio.
Sobre o governo federal e a recente queda de popularidade de Dilma, o líder da bancada tucana disse que a presidente da República “não está acostumada com a crítica, só com a idolatria”, o que desgasta ainda mais a imagem da petista perante o Legislativo. “Não há relação [do governo] com o Congresso. Nós não conseguimos votar projeto de lei, só medidas provisórias. A relação dela [Dilma] é de desrespeito total com o Congresso”, criticou Sampaio.
Presença
A reunião foi realizada no Hotel Fonte Santa Tereza e contou com a presença do prefeito de Valinhos, Clayton Machado (PSDB), do vice-prefeito da cidade, Luiz Mayr Neto (PV), do prefeito de Itatiba, João Fattori (PSDB), e da prefeita de Pedra Bela, Roseli Amaral (DEM), além de vereadores e outras lideranças políticas de Valinhos, Campinas, Vinhedo, Itatiba, Morungaba, Bragança Paulista e Pedra Bela.