Em discurso no plenário, nesta segunda-feira (15/07), o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) anunciou que vai apresentar emendas à Medida Provisória, na qual o governo brasileiro determina que os médicos trabalhem dois anos no SUS, depois da formação acadêmica, e regulamenta a contratação de médicos estrangeiros. Segundo o senador, o governo demonstrou “incapacidade absoluta para resolver um problema crucial para o País: o caos na saúde pública”. Alvaro Dias destacou a repercussão negativa da medida no Brasil e no exterior. O Conselho Geral do Colégio de Médicos da Espanha, por exemplo, avisou ao governo brasileiro que existem condições e exigências para que a oferta de trabalho seja considerada, pois os espanhóis não “querem ser enganados”. A principal condição é a infraestrutura dos hospitais para onde esses médicos serão levados. “Essa MP não é solução para os problemas da saúde no Brasil”, disse o senador.
No discurso, Alvaro Dias também relatou visita ao Sudoeste do Paraná, no último fim de semana, onde participou da Assembléia da Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste do Paraná (ACAMSOP/13) e ouviu reivindicações da população, especialmente a preocupação com a insegurança do Governo diante do clamor popular. O senador lamentou ainda a morte do ex-prefeito de Corbélia, Laudemir Turra, uma liderança política de destaque no interior do Paraná.
Incentivo à impunidade
Ainda no Plenário, o senador Alvaro Dias, em aparte, elogiou o pronunciamento do Líder do PSDB, Aloysio Nunes (PSDB-SP), sobre a conclusão das investigações da Polícia Federal referentes aos boatos do Programa Bolsa Família. No inquérito, a Polícia Federal concluiu ter sido “espontânea” a disseminação da informação que levou milhares de pessoas às agências da Caixa Econômica, nos dias 18 e 19 de maio.
Alvaro Dias criticou a postura do governo Dilma em todo o episódio lembrando que a própria presidente, na época em que ocorreu a confusão, declarou que o problema era fruto de um “ato criminoso”. Agora, com o fim do inquérito da Polícia Federal, sem que qualquer membro do governo ou dirigente da Caixa Econômica tivesse sido responsabilizado pelo ocorrido, nem o Palácio do Planalto se pronuncia a respeito do caso.
“Esta tem sido a rotina deste governo. Admite-se a existência do crime, mas não do criminoso. A confusão em torno do programa Bolsa Família é uma fotografia da postura deste governo de consagrar de forma visível e estarrecedora a impunidade. Ao nomear o ocorrido como um crime, e depois tentar ignorar o caso, não se pronunciar e tentar dá-lo como encerrado, o governo Dilma se mostra conivente, complacente, leniente e cúmplice das irregularidades”, afirmou o senador.