
“Há uma incompetência muito grande na gestão do dinheiro público”, afirma o deputado federal Carlos Roberto (PSDB-SP). A crítica é uma resposta à notícia do jornal O Estado de S. Paulo (30) de que o apoio financeiro federal a programas como o Minha Casa, Minha Vida e os empréstimos a juros abaixo dos de mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) podem estar gerando um acúmulo de despesas, represadas de um ano para o outro.
Isso porque o Tesouro Nacional tem de pagar aos bancos oficiais, responsáveis pelos programas, a diferença entre os juros cobrados e o custo de captação desses subsídios. Porém, segundo um levantamento feito pelo economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem R$ 15,9 bilhões desses pagamentos devidos inscritos como ‘restos a pagar’. Ou seja, são valores que deveriam ter sido quitados em anos anteriores, mas ficaram pendentes para 2013. Os números também apontam que o volume desses restos a pagar aumentou 48,6% em comparação com 2012.
“É o que nós, do PSDB, sempre dissemos. O PT não tem um projeto para o Brasil, e sim um de poder, que limita a gestão para fazer com que as pessoas percam o discernimento acerca dos impostos pagos e usufruídos”, avalia o tucano.
O deputado acredita que a gestão incompetente dos recursos públicos, com o subsídio a empréstimos do BNDES que não trazem retornos à população, pode acabar criando um déficit econômico difícil de contornar.
“Desse jeito, vai faltar dinheiro para empresas e pessoas que realmente geram alguma atividade econômica, o que, sem dúvida traz uma reação da população, que não sabe exatamente como o governo manipula o dinheiro público”, considera.
Para Carlos Roberto, o desempenho caótico do governo federal no setor econômico foi, em grande parte, responsável pela queda da aprovação da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas.
“Por conta dos últimos números nas pesquisas, ligaram o partido à presidente. O PT está aí para abraçar a ‘companheirada’, deixar os seus nas estatais, e não fazer a gestão do dinheiro público. Os governos Lula e Dilma foram monetaristas, e não produtivistas. Para o Brasil avançar falta muito. Precisamos de políticas econômicas eficazes, como as desenvolvidas no governo FHC”, completa.