O modelo de gestão na economia do governo da presidente Dilma Rousseff fracassou. Essa é a avaliação dos deputados Vanderlei Macris (SP) e Valdivino de Oliveira (GO). Cinco anos após a crise internacional de 2008, a situação do Brasil é uma das mais vulneráveis do mundo. Os tucanos criticaram os sucessivos improvisos petistas, que resultaram na alta da inflação, na perda de ritmo de expansão e em um rombo crescente nas contas externas.
Para Macris, o país paga caro porque o governo não faz o dever de casa. De acordo com o tucano, o modelo adotado por Dilma fracassou integralmente por causa da incompetência em gerir o setor. “A grande gestora apresentada ao país na campanha eleitoral se mostrou incompetente para gerenciar a economia brasileira”, disse nesta segunda-feira (9). “É uma tragédia da má gestão o que nós estamos vivendo no Brasil hoje, porque a presidente é incompetente na economia e nos investimentos em infraestrutura”, completou.
Segundo Macris, o governo do PT desperdiçou a oportunidade de consolidar a estabilidade econômica – um legado de Fernando Henrique Cardoso – no ápice da economia em 2010, quando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 7,5% – o maior, em 24 anos. “O governo da presidente Dilma não aproveitou essa oportunidade. Não fizemos a lição de casa. Não construímos uma austeridade fiscal como era demandado pelos analistas econômicos de todo o país. Era o momento de aproveitar essa circunstância positiva, mas eles não souberam construir uma alternativa e muito menos preparar o Brasil para um momento de crise como este que nós vivemos”, reprovou.
Economista, Valdivino considera a política econômica adotada no Brasil equivocada. “Os equívocos da política econômica levam ao fracasso no governo da presidente Dilma. O governo está preocupado em centralizar o seu arsenal macroeconômico em relação ao combate à inflação quando deveria centralizar os esforços no fortalecimento do sistema financeiro, na geração de emprego e no crescimento”, ponderou.
Em 2008, no auge da crise global, o então presidente Lula definiu como “marolinha” o tsunami que destruiu pelo menos US$ 18 trilhões em riquezas no mundo, pelos cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme aponta reportagem do “Correio Braziliense”. No entanto, o Brasil já gastou R$ 832 bilhões para conter os efeitos da “marolinha”. O custo representa 16,5% do PIB em cinco anos.
Segundo Valdivino, o conceito foi criado por Lula para dizer à opinião pública que o governo era mais forte que a crise econômica enfrentada no mundo inteiro. Entretanto, os efeitos da crise deixaram muitas sequelas. “Essa ‘marolinha’ trouxe sequelas importantes para a nossa economia. Como por exemplo, o enfraquecimento do sistema financeiro, que se pôs a financiar bens de consumo duráveis, que não têm a liquidez que o mercado precisa e a segurança para que o sistema financeiro possa ter condições de sobrepor a esta crise que hoje é iminente no Brasil”, ressaltou.
“A propalada marolinha se transformou em uma grande dor de cabeça para o Brasil. Nós perdemos uma grande oportunidade de fazer a lição de casa em um momento de crescimento da economia internacional e de trabalhar para que o ajuste das coisas públicas fosse feito”, acrescentou Macris.