O Brasil, que daqui a nove meses sediará a Copa do Mundo 2014, ainda enfrenta problemas de infraestrutura e logística.
Reportagem publicada no caderno de Economia do jornal O Globo, neste domingo (22), traça com fidelidade esse retrato: há obras em aeroportos de capitais, como Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) , Cuiabá (MT) , Salvador (BA) , Fortaleza (CE) e Confins (MG).
Um levantamento da Infraero, que o jornal teve acesso exclusivo, revela empreendimentos atrasados em sete dos oito aeroportos administrados pela estatal. Um problema frequente está relacionado à ampliação dos terminais, causando transtornos aos usuários.
Para se ter uma ideia da situação, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ilustra a matéria, apenas 34,1% da reforma do Terminal 1 e 36,62% da reforma do Terminal 2 foram realizados e, ainda assim, é onde os trabalhos estão mais adiantados.
Já em Porto Alegre (RS), a obra de ampliação do Terminal 1, estimada em R$ 153,39 milhões, nem começou, mas a Infraero mantém o cronograma de conclusão para maio do ano que vem.
O deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) lamenta a situação, não apenas dos aeroportos, mas de um modo geral.
“O governo, ao invés de impulsionar o desenvolvimento e ser um indutor da macroeconomia, efetivamente tranca o desenvolvimento”, constata.
O tucano cita o caso dos produtores rurais que não conseguem escoar a safra pelas estradas, nem pelos portos.
“Sobre os aeroportos, então, nem se fala. Não temos aeroportos para cargas e também para atender os turistas que virão para o Brasil assistir aos jogos da Copa”, relata.
E destaca: “Em Porto Alegre, com neblina, o aeroporto Salgado Filho, fecha. Sequer há equipamento para decolagem e pouso nessas situações, comuns no Rio Grande do Sul, em função das mudanças climáticas. Os investimentos em termos de ampliação e tecnologia são pífios.”
Execução – Em Curitiba, ainda segundo O Globo, a Infraero conseguiu executar apenas 6, 19% da obra de ampliação do terminal e sistema viário, orçada em R$ 184 milhões.
Em Salvador, o nível de execução da reforma e adequação do terminal de passageiros está em 20,2%.
No aeroporto de Cuiabá, foram executados apenas 23,09% da obra de ampliação do terminal de passageiros, sistema viário e estacionamento. Problema que se repete em Fortaleza (CE) e em Confins (MG).