Sabidamente, não se pode colocar o carro na frente dos bois; o desenvolvimento tecnológico e científico de nosso país só acontecerá ser for precedido de uma educação básica de qualidade. Se não tivermos essa base, dificilmente teremos como desenvolver a Ciência e a Tecnologia. A educação básica deficiente, infelizmente, está acontecendo não num lugar ou noutro mas, sim, no Brasil inteiro. A Educação básica do brasileiro vai muito mal. Temos, reconheço, uma série de iniciativas e algumas coisas estão melhorando: mas, ao mesmo tempo, se nós acompanharmos detalhes de análises feitas, vamos ver quantas crianças, quantos jovens, estão saindo do ensino fundamental analfabetos, sem saber ler e escrever. Pior ainda: não têm, sequer, noção de interpretação de textos.
Como que se pode ter uma sequência educacional? Poderíamos indagar: “Quem sabe só estamos tendo uma crise no Ensino fundamental?”. Lamentavelmente, não. Nas universidades, nas faculdades, é o mesmo quadro. É triste falar mas tenho citado, da tribuna da Assembleia Legislativa, o caso das faculdades de direito. Milhares e milhares de bacharéis em direito recebem o seu diploma e não podem exercer a profissão porque a Ordem dos Advogados do Brasil faz um exame de avaliação e conclui: não estão preparados para advogar. Na medicina é a mesma coisa. Temos informações de líderes da classe segundo os quais se houvesse essa avaliação legal, como tem a Ordem dos Advogados do Brasil, muitos médicos ora sendo formados, sendo bacharéis em medicina e não médicos, não poderiam estar exercendo essa sagrada profissão.
Eu pergunto: estamos vendo algo de objetivo, de ação concreta, para mudar esse quadro na Educação? É necessário, eu diria inadiável mesmo, uma reação muito grande no sentido de mudar a Educação em nosso país. Falta, acredito, um Plano Nacional de Educação bem objetivo, analisando a realidade, fazendo propostas e indicando caminhos. E quem poderia formulá-lo?
Estou sugerindo ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como um passo inicial positivo, a nomeação de uma comissão de alto nível escolhendo, dentro do Estado de São Paulo, pessoas idealistas, competentes e descompromissadas para debater o tema Educação e fazer propostas. Com base nessas propostas, o Governo de São Paulo elaboraria um programa de metas para o setor educacional.
Tomo , por sinal, a liberdade de fazer uma sugestão: não é preciso debater muito; basta observarem os outros países com índice notável de desenvolvimento. Existem países cuja economia não representava nada há 20 anos e deram saltos de gigantes graças ao realizado na área da Educação. Então, vamos copiar o que deu certo em determinados países, cidades, discutir esses programas que funcionaram, aperfeiçoá-los ainda mais e criar um programa educacional próximo da perfeição para o estado de São Paulo e para o Brasil. Só assim poderemos caminhar para um futuro onde o desenvolvimento econômico e social seja amparado pelo desenvolvimento cientifico e tecnológico….
Welson Gasparini – Deputado Estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto


