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Dilma, Lula e o saco cheio

Apesar de querer passar à população a imagem de que as eleições de 2014 já estão decididas em favor dela, a presidente Dilma Rousseff (PT) vive um inferno astral, fácil de identificar o início, o meio e o fim. Começou quando foi alçada à condição de poste, pelo ex-presidente Lula (PT), que queria colocar em seu lugar alguém que não oferecesse riscos à seu reinado perante o partido, que só enxerga o poder pelo poder.

Sem o devido preparo político, Dilma foi vendida ao país como uma ótima gestora, qualidade que desapareceu tão logo vestiu a faixa presidencial e subiu a rampa do Palácio do Planalto, em 2011. Quase três anos depois, a presidente se vê em um mato sem cachorro. Devido à sua incapacidade administrativa, prepotência e total falta de gestão na área econômica, deixou o país a deriva.

As metas da inflação batem nos tetos máximos estabelecidos. O crescimento econômico é pífio. E o pior: a confiança depositada no Brasil desapareceu, causando uma fuga de investidores estrangeiros. De sua parte, a indústria agoniza diante da total falta de uma política que incentive a produção. Prevalece o assistencialismo sem fim, como se a população preferisse viver de esmolas, sob o cabresto curto imposto por esses coronéis do século 21.

Diante deste quadro, a pouco menos de um ano das eleições de 2014, os aliados do governo já perceberam que a situação é muito pior do que imaginavam. A popularidade de Dilma que despencou após os protestos de junho não foi recuperada, apesar de toda a propaganda – paga com dinheiro do povo – para dizer que está tudo bem. A última pesquisa Ibope deixa claro que a previsão do marqueteiro João Santana – o 40º ministro que é sem nunca ter sido – não se concretizou. Ele garantia que até novembro a presidente voltaria aos mais de 50% de aprovação. Hoje, não passa de 38%, o que significa que mais de 60% da população – de saco cheio – quer mudanças.

Diante do inferno de Dilma, que deixa longe do céu 200 milhões de brasileiros, o PT tenta trazer de volta ao centro das atenções o “nunca soube de nada” Lula. O ex-presidente, inclusive, temendo uma possível perda do poder – a única coisa que importa ao PT, já que a companheirada não sabe o que é trabalhar -, já admite sua volta à disputa. Outro dia soltou em tom quase ameaçador: “Se me encherem muito o saco, eu volto”. Se isso ocorrer, vai tentar passar ao Brasil a impressão de que eles erraram com Dilma, mas que com o chefão será diferente, esquecendo-se que ali é tudo farinha de um mesmo saco. Saco, aliás, que parece não ter fundo.

*Deputado federal, presidente da subcomissão de monitoramento das políticas de financiamento dos bancos públicos de fomento, com destaque ao BNDES

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