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Matam trinta mil jovens por ano no Brasil

50.000 (cinquenta mil) homicídios no Brasil, ano passado. 60% (sessenta por cento) deles vitimando jovens de 18 a 25 anos. 2.500 (dois mil e quinhentos) jovens assassinados por mês. Mais de 80 (oitenta) jovens mortos todos os dias, a cada dia do ano.

Fico contrastando este martírio com os mais de mil projetos inovadores apresentados por jovens do ensino técnico e tecnológico de São Paulo neste ano. Como o dos alunos da Escola Técnica do Jaraguá que motorizaram a cadeira de rodas do colega com mobilidade reduzida.

Seriam necessárias apenas duas salas de aula para abrigar os oitenta jovens mortos diariamente, com 40 alunos por sala.

Na falta delas, imagino que agora, por volta das seis da tarde, mais de 40 jovens da “cota da vergonha” já não voltam para casa hoje. Outros 40 vão cair até o fim do dia. Por nada, nada, nenhuma causa, nenhum ideal que valha a pena – de morte.

Alguém já disse que a morte do garoto Joaquim, de Ribeirão Preto, nos emociona mais do que os 50 mil. De fato, a foto da avó querendo ver o neto no caixão, com duas mulheres tentando segurá-la, é muito forte. Simboliza a tragédia diária que nos confronta, embora todos os dias muitas avós, mães e famílias pelo Brasil vivam essa dor que o tempo não cura.

Toda essa divagação para dizer que quero me associar a qualquer grupo, suprapartidário ou de qualquer outra natureza, disposto a colaborar com a drástica redução da criminalidade, especialmente entre aqueles a quem cabe viver e, de certa forma, construir o futuro. Neste caso, mais que em outros, tenhamos a grandeza da união, recusando e combatendo a banalização do assassinato.

As ações contra a violência, para terem real eficácia, não podem prescindir de colaboração entre os poderes Federal, Estadual e Municipal. Propósito firme de promover o desarmamento e combater o alcoolismo e o tráfico de drogas.

Governo Federal investindo forte para apreender armas e combater o tráfico de entorpecentes. Estados, com ajuda da União, investindo em mais prevenção e repressão. Estados e Municípios atuando nas redes de ensino e no combate ao consumo de drogas e álcool. Todos trabalhando por mais educação, lazer, cultura, emprego, enfim, oferecendo um caminho de vida.

Certamente iniciativas e propostas muito mais consistentes foram ou estão sendo feitas. Não importa. Esta é apenas a forma que encontrei para dizer que não há nada mais importante neste instante do que debelar esta insana destruição de 50 mil vidas por ano.

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