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O Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), irá protocolar nova representação junto à Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o presidente do Cade, Vinícius Marques de Carvalho, face à divulgação de elementos que reforçam ainda mais sua atividade político-partidária, conduta que é vedada pela legislação.
De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, afirmou que, com a ajuda do deputado Simão Pedro (PT), encontrou-se várias vezes com o presidente do Cade para orientá-lo no acordo de leniência que, depois, foi assinado pela Siemens. O acordo deu início a investigações contra os governos do PSDB em São Paulo. Em contrapartida, Rheinheimer pediu ajuda ao PT para conseguir um emprego.
“Como autoridade julgadora do caso, o presidente do Cade jamais poderia ter atuado a serviço do partido ao qual esteve filiado. Há uma aparente promiscuidade entre ele, o PT e o delator, o que é inadmissível e torna irrefutável a tese de que o órgão, que é de extrema relevância, foi usado para tentar prejudicar adversários políticos. Repudiamos de forma veemente o uso do aparato do Estado para objetivos político-eleitorais”, afirmou o Líder do PSDB na Câmara.
Com base em representação anterior apresentada por Sampaio no final de setembro, a Comissão de Ética aplicou uma advertência a Carvalho por ele não ter se desvinculado do PT antes de assumir o cargo. “Com esses novos elementos, vamos novamente requerer à Comissão que ela recomende a destituição de Carvalho do cargo”, disse.
O Líder do PSDB também irá aditar representação protocolada junto à PGR (Procuradoria Geral da República), também em setembro, com os fatos apresentados pela imprensa. Sampaio pedirá para que a PGR tome providências para que o presidente do Cade seja afastado provisoriamente.
Também será reiterado requerimento feito ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem o Cade está vinculado, para que seja instaurado processo administrativo disciplinar contra Carvalho. Sampaio também recorrerá à CGU (Controladoria Geral da União), solicitando a abertura de investigação sobre a conduta do presidente do Cade, caso o pedido feito ao ministro da Justiça não seja atendido.