Com pouco mais de um ano de administração e aprovação na casa dos 11%, o governo de Fernando Haddad (PT) em São Paulo é marcado pela falta de prioridades. Ao avaliar a atual gestão, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) aponta o abandono da lei Cidade Limpa como prova disso. “A lei era aprovada por cerca de 90% da população”, ressalta.
Para Matarazzo, no entanto, esse não é o único problema do modelo implantado por Haddad. “Recentemente ouvi críticas sobre faixas afixadas pela Prefeitura informando que tal lugar alaga durante as chuvas. E isso é uma demonstração de que Prefeitura inflige a Cidade Limpa e mostra o estilo do PT de resolver o problema dos alagamentos: estender uma faixa e dizer que alaga”, avaliou.
Em entrevista ao Conversa Franca, Matarazzo ressaltou que a única “novidade” implantada pelo prefeito – que se elegeu sob o mote de ser o “homem novo” – é a postura ausente. “(Haddad) está cumprindo sim a promessa de ser uma novidade, só que uma novidade negativa: ele é o prefeito ausente”.
Confira a entrevista:
Conversa Franca: O volume de multas aplicadas em relação à lei Cidade Limpa caiu vertiginosamente no ano passado, passando de 2.265 de janeiro a agosto de 2012 para 226 no mesmo período de 2013. Na prática, a administração de Fernando Haddad (PT) está ignorando a lei?
Andrea Matarazzo: A lei cidade limpa passou por um afrouxamento na atual administração de Fernando Haddad (PT), tanto na fiscalização como na questão conceitual. A Prefeitura sancionou a lei liberando publicidade externa no sambódromo. Como justificativa, eles dizem que as escolas de samba irão arrecadar dinheiro, mas as escolas já recebem da prefeitura e usam espaço público. Isso sem mencionar o aumento na quantidade de banners e faixas pela rua, que antes eram permitidas apenas para a CET. Recentemente, ouvi críticas sobre as faixas da Prefeitura informando que tal lugar alaga. E isso é uma demonstração de que prefeitura inflige cidade limpa e mostra o estilo do PT de resolver alagamentos: estender uma faixa e dizer que alaga.
CF: Como essa mudança de postura está atingindo a cidade?
AM: No dia a dia você percebe sob todos aspectos que a cidade está desorganizada. São Paulo está abandonada. Muros sujos, falta limpeza de praças e parques na cidade toda. Você repara na paisagem urbana a quantidade de placas com anúncios e preços. E isso ocorre desde a periferia até o centro. Há faixas nos postes e cartazes.
CF: Quem são os maiores beneficiados por esse afrouxamento levado a cabo por Haddad?
AM: Não há beneficiados, apenas prejudicados. A Lei Cidade Limpa tem 90% de aprovação da sociedade. Com Haddad, São Paulo andou para trás.
CF: Um ano após a chegada de Haddad ao poder, como a administração dele pode ser classificada? Ele está cumprindo a promessa de ser o “homem novo”?
AM: Está cumprindo sim a promessa de ser uma novidade, só que uma novidade negativa: ele é o prefeito ausente. A administração dele é muito descoordenada, sem prioridades.
