Início Bancada Tucanos cobram esclarecimentos sobre contratos de trabalho do Mais Médicos

Tucanos cobram esclarecimentos sobre contratos de trabalho do Mais Médicos

Os deputados federais Vanderlei Macris (SP) e César Colnago (ES) afirmaram que o PSDB apoia a decisão da Liderança do DEM na Câmara de abrigar a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos. A médica deixou a cidade de Pacajá (PA), onde atuava, e veio para Brasília no último sábado.

Ela decidiu pedir auxílio do DEM para ter asilo político no Brasil depois de descobrir que os demais profissionais estrangeiros recebem R$ 10 mil pelo Mais Médicos. Segundo Ramona, os cubanos recebem US$ 400 (cerca de R$ 965). Os tucanos cobram explicações do governo sobre os contratos de trabalho assinados pelos profissionais do programa.

Para Macris, a cubana vive uma situação dramática. “O PSDB apoia integralmente esse movimento do Democratas que consideramos legítimo e humanitário numa luta democrática. Nós não podemos deixar essa questão caminhar de maneira isolada. Isso passa a ser uma luta do Parlamento brasileiro pela democracia e pela garantia dos direitos individuais”, afirmou.

Segundo o tucano, o Congresso deve dar o apoio necessário à médica e fiscalizar possíveis irregularidade no programa. “Temos que mobilizar o país, em função do que representa simbolicamente esse acordo de Brasil e Cuba com uma suspeita de utilização de mão de obra escrava desses profissionais no programa Mais Médicos”, ressaltou.

De acordo com reportagem da “Folha de S.Paulo”, Ramona mostrou um contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, indicando que não houve acerto entre o Ministério da Saúde e a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), conforme o governo brasileiro informou.

Colnago defende que o caso seja esclarecido. “Quem fez a mediação e qual é o contrato assinado com esses médicos? Dizia-se que era algo ligado à Organização Pan-Americana de Saúde e a informação da médica é que não foi. Então mentiram para o Congresso e aprovamos uma proposta que não condiz com a realidade”, destacou. O parlamentar tucano cobrou apuração do caso por parte das mesas da Câmara e do Senado.

Em entrevista nesta quarta-feira (5), a médica declarou que as condições de trabalho do programa são semelhantes ao trabalho escravo. A cubana disse ter se sentido enganada. “Em Cuba falaram para nós que teríamos um contrato de trabalho por mil dólares, U$ 400 aqui trocado e U$ 600 dólares em uma conta. Mas quando eu vim para cá, que comecei a ver pela internet e falar com médicos da Colômbia, Venezuela, que ficavam aqui trabalhando no mesmo programa, eles falaram que eram R$ 10 mil. Eu fui investigando e descobri que 10 mil dão para o nosso país. É um engano, uma vergonha para nós. Por isso eu decidi fugir”, apontou.

Nos jogos Panamericanos de 2007, dois boxeadores cubanos abandonaram a delegação e acabaram deportados. No depoimento à Polícia Federal em Niterói, eles contaram que deixaram a Vila Pan-americana em companhia de dois empresários: um alemão e outro cubano que prometeram levá-los para a Europa onde fariam carreira como lutadores profissionais.

Do Portal do PSDB na Câmara

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