A sucessão de notícias ruins para economia brasileira neste ano não para. Após o rebaixamento da nota de classificação de risco do país pela agência de rating Standard & Poor’s, o Banco Central tomou a decisão de rever para cima sua previsão para o déficit do Brasil nas transações com outros países neste ano. A estimativa de déficit externo subiu de US$ 78 bilhões para US$ 80 bilhões, o equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB). As informações são de reportagem desta terça-feira (25) do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, a nova previsão se deu por conta da revisão para baixo do saldo comercial do ano, de US$ 10 bilhões para US$ 8 bilhões. Apesar dos números, o governo federal sustenta a versão de que o país não está vulnerável a crises externas e não enfrenta problemas para financiar o déficit.
Notícia Ruim
Para o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), titular da comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o caso é mais uma notícia ruim dentre tantas que assolam a economia do país.
“O rebaixamento do rating da nossa economia, desastre na balança comercial, inflação passando do teto máximo estabelecido, política fiscal não equilibrada, juros altos – cada vez mais como único freio do Banco Central para controlar a inflação. Todos esses são um conjunto desastroso de atitudes que Dilma tomou nos últimos anos, e que sacramentaram a visão clara de que ela não é uma boa gestora, como ela mesma propagou anos atrás”, afirmou.
Desindustrialização
O parlamentar salientou que o déficit no comércio externo abre espaço para uma mazela que tem se estabelecido na economia do país nos últimos anos: a desindustrialização.
“Um déficit dessa natureza chama a atenção para um tema recorrente, que é a desindustrialização. Na medida em que o Brasil importa mais e não vende o suficiente, ele transfere empregos e renda para o exterior, o que propicia a criação de um volume, um prejuízo, desse tamanho”, explicou.
Política cambial
Kaefer avaliou ainda que o Brasil é vítima de uma política cambial “desastrosa”, que vem sendo empregada há algum tempo e já deveria ter sido corrigida.
“A gestão petista deixa de priorizar, em sua política econômica, pressupostos básicos do tripé que rege o setor. É preciso, no momento adequado, criar mecanismos que não prejudiquem a balança comercial ou, com o dólar voltando, corremos o risco de não conseguimos recompor os mercados que perdemos lá atrás”, acrescentou.