O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), reforçou a defesa pela instalação da CPI Mista da Petrobras. O tucano participa nesta terça-feira (29) de reuniões com líderes partidários em busca de reunir esforços para que o Senado crie a comissão parlamentar de inquérito e que a adesão de deputados seja possível.
Parlamentares de todas as legendas que assinaram o pedido de investigação na Câmara irão cobrar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que atenda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O segundo apelo é exatamente para que a comissão seja formada por representantes das duas casas.
“Mais de 91% dos brasileiros querem a CPI e, por isso, a responsabilidade não pode ser apenas do Senado. A Câmara não pode se ausentar dessa investigação e de cumprir com suas obrigações”, avaliou o líder tucano, ao mencionar pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta terça.
No total, 50,2% dos entrevistados disseram acompanhar as notícias sobre o tema ou já ouviram falar sobre o assunto. Entre estes, o percentual de entrevistados que defende a instalação da CPI chega a 91,4%. O levantamento demonstra ainda que, para 80,5% dessas pessoas, houve irregularidades na compra da refinaria de Pasadena.
Junto com líderes dos outros partidos de oposição (DEM, PPS e SDD), Imbassahy se reuniu na liderança do PPS pela manhã. Após o encontro, os parlamentares afirmaram que já têm os nomes para compor a CPMI. Diante da protelação da Presidência do Senado, os líderes partiram para a Presidência da Câmara, onde conversaram com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, e decidiram mobilizar os demais partidos para irem ao Senado exigir a instalação.
Por lá, a Presidência da Casa quer esperar uma notificação formal do STF com a decisão da ministra Rosa Weber sobre o escopo da CPI, que deverá investigar apenas a Petrobras. “O governo e a presidente Dilma não podem impedir as investigações que pretendem salvar a Petrobras. Ela [Dilma] tem responsabilidade direta sobre tudo isso, pois era a presidente do Conselho de Administração da empresa quando negócios nocivos foram feitos e trouxeram graves prejuízos para a empresa e o país”, disse Imbassahy.
Diante da determinação do Supremo de exclusividade, o governo quer ampliar as apurações a supostos problemas no governo Fernando Henrique Cardoso. Para Imbassahy, isso não gera qualquer tipo de ameaça, já que os verdadeiros malfeitos ocorreram na gestão petista.
“Não tem nenhuma ameaça. Isso não tem nada a ver. É apenas um jogo de cena no sentido de querer tapar o sol com a peneira. A grande crise na qual a empresa mergulhou foi durante o governo do PT”, destacou.
Em sua avaliação, as investigações podem ser o único caminho para salvar a Petrobras de uma gestão que a tornou uma das empresas do setor mais endividadas do mundo, além de levá-la a perder o valor patrimonial em cerca de 65%.
Graça Foster – O líder tucano acredita que será importante ouvir a presidente da estatal, Graça Foster, que vinha fugindo do debate na Câmara nas últimas semanas. Foster finalmente participará de audiência nessa quarta-feira (30) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. A audiência atende a requerimentos assinados por Imbassahy, pelo 1º vice-líder do partido, deputado Vanderlei Macris (SP), e por Bruno Araújo (PE).
“Temos uma boa expectativa. Vamos indagá-la não só sobre Pasadena, mas sobre outros negócios feitos com o aval dela e da presidente Dilma”, avisou o líder tucano, ao lembrar que até mesmo o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli já afirmou que a petista não pode fugir da responsabilidade.