Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a Petrobras, nesta terça-feira (27), a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, reiterou que a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), não foi um bom negócio. Segundo ela, com base em informações atuais. “À luz da situação atual é fato que hoje não foi um bom negócio”, disse. “No futuro próximo é possível que haja melhoria, mas não seria feito de novo [com os dados atuais].”
As informações estão publicadas na edição online do jornal Estado de S. Paulo desta terça-feira (27).
Graça apresentou detalhas da compra da refinaria de Pasadena e disse que o ativo, à época, tinha como vantagem estar no centro de um dos maiores ”hubs” do mundo. As negociações em 2006 se inseriam em um contexto de internacionalização da petroleira brasileira, segundo a executiva. Ela afirmou ainda que o resumo executivo encaminhado ao conselho de administração e que embasou a compra não continha as cláusulas Put Option e Marlim, que, de acordo com ela, eram fundamentais. Tampouco constava a obrigação de aquisição da metade restante da refinaria, afirmou.
“São cláusulas extremamente importantes para Pasadena, juntas elas precificaram os 50% iniciais e os 50% finais das ações”, disse.
Em março deste ano, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a presidente Dilma Rousseff, à época da transação ministra da Casa Civil e presidente do conselho de administração da Petrobras, apoiou a aquisição de 50% da refinaria. O Palácio do Planalto justificou a decisão de Dilma e argumentou que o resumo executivo encaminhado ao conselho não continha cláusulas importantes do contrato que, se conhecidas, seriam rejeitadas.