O candidato à Presidência da República da Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, nesta segunda-feira (4/08), que irá resgatar o programa de produção do etanol e anunciou que a agenda de seu governo para o agronegócio é a da “competitividade, do aumento da produtividade e do avanço em busca de novos mercados mundo afora”. Para ele, é necessário que haja “um choque de infraestrutura”.
Após participar da abertura do 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo, Aécio Neves defendeu previsibilidade no mercado de etanol.
“O etanol sofre uma concorrência desleal da própria Petrobras. Previsibilidade é a regra número um do nosso governo. Vamos garantir isso no nosso governo e vamos discutir políticas de preços mínimos para que o etanol possa resgatar sua capacidade também competitiva”, disse.
O presidenciável lembrou que mais de 40 usinas de produção de álcool foram fechadas nos últimos anos e acrescentou: “Cerca de 20 estão hoje em processo de liquidação judicial e nós já perdemos centenas de milhares de empregos no campo”.
De acordo com Aécio Neves, “resgatar o etanol é um ato de responsabilidade não só econômica, mas ambiental”. Para ele, o Brasil está “na contramão do mundo”, ao subsidiar combustíveis fósseis, o que não ocorre em nenhum outro país.
Choque de infraestrutura
Aécio Neves defendeu a simplificação do sistema tributário e um “choque na infraestrutura no Brasil”, por meio da conclusão de obras inacabadas e até mesmo abandonadas.
“Eu tenho dito que, da porteira para dentro, o agronegócio brasileiro é o mais produtivo do mundo. O problema começa da porteira para fora porque faltam rodovias, ferrovias, hidrovias e portos competitivos”.
Para o candidato, é preciso combater o Custo Brasil, com medidas como “a simplificação do nosso sistema tributário, com regras absolutamente claras que permitam o retorno dos investimentos para fazermos um grande mutirão de infraestrutura, que obviamente impactará na competitividade do agronegócio brasileiro”.
Aécio Neves destacou ainda a necessidade de segurança jurídica, hoje inexistente. “Queremos criar um ambiente seguro para a produção, obviamente compatibilizando com a questão ambiental e os direitos indígenas. Não podemos aceitar mais essa ideia anacrônica e atrasada de que a produção é a inimiga da preservação ambiental.
“O candidato citou o aumento da produção do agronegócio brasileiro como exemplo de que é possível conciliar a eficiência com a responsabilidade socioambiental.
“O Brasil, desde a década de 1990, teve aumentada sua área plantada alguma coisa em torno de 40% e a sua produção cresceu 220%. Essa é uma demonstração clara de que o agronegócio brasileiro é produtivo e tem também responsabilidade”, afirmou Aécio Neves.