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Entrevista com Aécio Neves no RJ

aecio-neves-george-gianni-psdb-3Assuntos: eleições 2014; UPPs; eleições 2014

Sobre visita à Upp do Santa Marta, no Rio de Janeiro.

Estamos aqui visitando a UPP do Santa Marta e as UPPs, não apenas do Santa Marta, do Rio de Janeiro são uma experiência extraordinária e que devemos reconhecer. Mas precisamos dar o segundo passo. E o segundo passo, em primeiro lugar, é garantir renda para as famílias que vivem nessas comunidades, para as mulheres que vivem nessas comunidades, através da qualificação. Precisamos ampliar as creches em cada uma dessas comunidades. Precisamos levar serviços de melhor qualidade. Como diziam as lideranças comunitárias, é preciso que as outras secretarias e que os outros órgãos públicos venham também para essas comunidades. E também, de forma muito específica, temos que tratar da juventude, dos jovens para acabarmos com esse verdadeiro genocídio que ocorre hoje não apenas aqui, nessas comunidades, mas em várias partes do Brasil. E aí entra o governo federal, que até hoje tem sido omisso na questão da segurança pública. O governo federal tem que coordenar um trabalho que permita que as UPPs vivam a sua segunda etapa: geração de renda, equipamentos de saúde pública de melhor qualidade, educação de melhor qualidade. Isso é possível fazer desde que o governo federal assuma a sua responsabilidade.

Quero reiterar o meu compromisso de ampliar esse tipo de iniciativa para outras regiões metropolitanas do Brasil, outros aglomerados urbanos que vivem problemas de criminalidade, áreas controladas pelo tráfico, e isso em várias dessas comunidades deixou de acontecer. Quero reconhecer os avanços que as UPPs proporcionaram a essas comunidades, a essas famílias, mas vamos cuidar da segunda etapa. Emprego, saúde, educação de qualidade e cuidar das mulheres, pois elas são as mantenedoras da maioria das casas nessas comunidades. Elas precisam ter também oportunidade de geração de renda. Meu governo vai planejar e articular uma política nacional de segurança e vai aproveitar de forma muito positiva essa experiência das UPPs, conduzida pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.

Sobre pesquisa DataFolha.

É algo absolutamente esperado. Vejo um certo açodamento de prospectar cenários futuros. Hoje, sou condutor de um projeto para o Brasil. Um projeto que passa pela retomada do crescimento, pela melhoria dos nossos indicadores sociais, pela eficiência do setor público. E esse projeto vai continuar a ser discutido com o Brasil com absoluta determinação. Tenho muita confiança que estaremos no segundo turno e, do segundo turno, estaremos prontos para vencer as eleições.

Sobre a possibilidade de segundo turno.

Acho que o que ficou claro nas pesquisas, e já antevia isso, é que teremos segundo turno. O segundo turno era uma perspectiva cada vez mais provável. Hoje é uma certeza. Temos um projeto para o Brasil. Projeto de gestão eficiente, de ousadia do ponto de vista da retomada do crescimento, de avanço nos nossos indicadores sociais. Vamos cuidar das pessoas, como estou dizendo hoje, no morro Santa Marta. E esse projeto está cada vez mais vigoroso. Tenho muita confiança que no momento da eleição esse será o projeto escolhido pela maioria dos brasileiros.

Sobre Marina Silva.

É claro que há uma mudança no quadro eleitoral, ele está claro e já reflete nas pesquisas. O que não muda é nossa determinação e a nossa convicção de que temos o melhor projeto para o Brasil. Um projeto que vem sendo construído ao longo dos últimos anos, vem sendo discutido com todos os brasileiros.

Tenho enorme respeito pela já agora, parece, candidata Marina Silva, como tenho pela presidente da República. Só que acredito, com muita força, com enorme profundidade, que temos a melhor proposta para que o Brasil saia da situação hoje extremamente grave do ponto de vista da sua politica econômica, com a inflação saindo de controle, crescimento pífio, um clima de desconfiança generalizada pelo país. E tenho certeza que o nosso time politico, a nossa experiência politica, inclusive de gestão, será muito importante para que o Brasil possa encontrar um novo caminho, de maior crescimento, de maior oportunidade de emprego e melhoria de qualidade de vida para os brasileiros que mais precisam.

O debate ocorrerá, no que depender da minha parte, da minha participação, sempre de forma extremamente respeitosa, mas debateremos ideias, propostas para o Brasil. Temos um conjunto de ideias que foram construídas ao longo desses anos e que cada vez eu me convenço que são as melhores para o Brasil encontrar um novo caminho.

Sobre o programa eleitoral.

As pessoas estão em busca de propostas e o horário eleitoral é uma oportunidade muito importante principalmente para os candidatos menos conhecidos e que não disputaram eleição presidencial para apresentar as suas propostas. Não muda absolutamente nada. Temos convicção de que temos um projeto para o Brasil viável, um projeto construído por várias mãos qualificadas, a partir da experiência de gestão exitosa que tivemos e outros companheiros nossos, como o governador Geraldo Alckmin, por exemplo, vêm tendo, para que o Brasil possa dar um salto. O Brasil não pode se acostumar com a mediocridade de hoje, com esse crescimento que está aí, com os empregos indo embora. Tenho absoluta certeza que quanto mais conhecidas as nossas propostas, mais elas expressarão o sentimento de mudança e de esperança que as pessoas precisam voltar a ter.

Sobre críticas ao governo.

Nossa proposta é de oposição ao governo que está aí. Nossa critica é à forma como o governo foi montado, onde o aparelhamento da máquina pública substituiu a meritocracia, a nossa oposição é uma visão, a meu ver, esquizofrênica de política externa, com alinhamento ideológico que enquanto o mundo se alinha, faz parcerias e acordos bilaterais, o Brasil parou no tempo. A minha oposição é em relação aos desvios éticos que se tornaram recorrentes nesse governo e a Petrobras, infelizmente, é o exemplo mais claro disso. A nossa oposição é a incapacidade do atual governo de avançar na qualidade da saúde pública. A minha oposição é em relação à omissão do governo federal na segurança pública. É um absurdo vermos que nos três anos do atual governo, do orçamento do Fundo Penitenciário, tivemos apenas 10,8% executados – e o Fundo Penitenciário é importante como um dos instrumentos de enfrentamento da criminalidade. Por outro lado, o Fundo Nacional da Segurança [Pública] foi menos de 40% executado. Somos oposição a esse desgoverno que está aí.  E tenho certeza que as outras candidaturas que se colocam caminharão também no campo oposicionista.

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