Em razão da má rentabilidade de seus ativos no ano passado, a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) suspendeu este ano o pagamento de um benefício, o BET (Benefício Especial Temporário), e voltou a cobrar contribuições de seus participantes. Apesar disso, os diretores da instituição decidiram conceder a si mesmos um bônus de R$ 500 mil, retroativo a 2011.
O descalabro é mais uma prova da péssima gestão que o PT adota nas empresas públicas, com medidas ideológicas que favorecem alguns poucos – em geral pessoas ligadas ao partido – e prejudicam muitos.
Mas o que o PT tem a ver com essa decisão da Previ? É simples. O conselho da Previ é composto por um presidente e seis conselheiros, dos quais três são eleitos pelos funcionários do BB e três são indicados pela diretoria do banco, ou seja, pelo governo. Os três conselheiros eleitos pelos funcionários votaram contra esse bônus milionário. Os três indicados votaram a favor. A decisão pró-bônus, então, foi tomada com o voto de minerva do presidente do conselho, também indicado pelo governo. Mais especificadamente pelos caciques do PT, que aparelharam não só o Banco do Brasil, como também as demais estatais que deveriam pertencer a todos os brasileiros.
A insatisfação com a influência do PT na entidade é muito grande. Pela primeira vez em 14 anos, a facção majoritária do Sindicato dos Bancários, ligada ao partido, perdeu uma eleição para a diretoria e os conselhos.
Todo bônus deve ser atrelado ao desempenho dos diretores que vão recebê-lo. Isso torna o caso da Previ ainda mais escandaloso. Porque o desempenho no ano passado foi pífio, com um buraco de R$ 4 bilhões, obrigando a instituição a suspender o BET e a voltar a cobrar contribuições dos participantes. Estas estavam suspensas desde o superávit registrado pela Previ em 2010. E o BET vinha sendo pago desde a mesma época para 118 mil funcionários e pensionistas do banco.