Começou há pouco o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPI Mista da Petrobras. Ele já avisou aos integrantes do colegiado que permanecerá calado durante a audiência, seja ela aberta ou secreta.
Antes de Costa se manifestar, o deputado Carlos Sampaio (SP) defendeu a divulgação dos nomes dos beneficiários do esquema criminoso montado na estatal. “Estou preocupado com quem assaltou a Petrobras. Se tem nome de deputados, senadores, ministros e ex-governadores, quero que venham à luz do dia antes das eleições”, enfatizou. “Não é justo a população brasileira definir seu voto sem saber quem de fato agiu como político ou, desculpe-me a força da expressão, agiu como marginal surrupiando a Petrobras. Vai contra o interesse da nação o sigilo posto a este processo. Temos que agilizar essa investigação”, acrescentou.
A vinda de Costa a Brasília para depor na comissão foi autorizada na segunda-feira (15) pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. Segundo o despacho do juiz, o ex-diretor, que está preso no Paraná, não deverá ser algemado, tem o direito constitucional de não responder as perguntas e pode contar com assistência de advogado.
O ex-diretor foi preso em março deste ano na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob acusação de participar de um esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef que teria movimentado R$ 10 bilhões. Chegou a ser solto em maio por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mas voltou à carceragem da PF em 11 de junho. No entendimento da Justiça, ele poderia fugir, já que mantinha ocultos US$ 23 milhões em contas na Suíça.
No fim de agosto, assinou acordo de delação premiada e, desde então, tem detalhado a policiais federais e procuradores o esquema e apontado os beneficiários dele, como governadores, deputados, senadores e ministro de Estado, conforme revelou a revista “Veja” no primeiro fim de semana deste mês.