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Porque nos furtamos a não participar

MontagemAs passeatas que vem ocorrendo nas últimas semanas em algumas capitais tem características diversas, mas podem ser sinteticamente enquadradas como um movimento disforme auto organizado, assim sendo o PSDB enquanto entidade político representativa nada tem com elas.

É um fato novo e importante e deve ser analisado com clareza e sem dogmatismo. Podemos enquadrar esse movimento no entorno de três ou quatro bandeiras: Impeachment, Intervenção militar e “recontagem” ou “auditoria” do processo eleitoral.

As duas primeiras são sabidamente descabidas; falta sustentação legal para um pedido de impeachment, caracterizando assim um sorrateiro movimento golpista, uma ferramenta de mobilização que o PSDB deve refutar e desviar-se, ainda que nossos adversários sejam bem apegados a ela não devemos descer a esse nível; a intervenção militar é um pedido horrendo, como militantes de um partido que reserva sua fé na democracia e no sistema representativo devemos não somente não coadunar, bem como repudiar com veemência, conforme inúmeros dirigentes vem fazendo (Alckmin, Goldman, Xico Graziano entre outros). Esses são os motivos que nos levam a não mobilizarmos bases para as passeatas, obvio que temos em conta que nem todos que lá estavam são a favor da intervenção militar por exemplo, mas tolerar um cartaz desses é abrir brecha e dar coro a uma das ideias mais falidas e facínoras que poderiam ser defendidas.

No entanto tem sim uma pauta séria que é a confiabilidade da urna eletrônica como instrumento do processo eleitoral, um debate que não é novo, mas ganhou vigor, no passado até a suprema corte alemã julgou inconstitucional seu uso. No Brasil um grupo de especialistas em engenharia e segurança de dados da UNB publicou um estudo mostrando a altíssima falibilidade do sistema. O que queremos dizer é que não devemos atribuir a vitória da Dilma a uma fraude, mas que o sistema ainda está muito suscetível a elas.

O Brasil vem avançando muito em seu sistema de justiça eleitoral, garantindo vitórias reais contra nossos fantasmas do passado, o que não quer dizer que está tudo perfeito. O altíssimo controle de um número muito pequeno de mãos sobre os dados de nosso processo eleitoral é um risco que devemos temer. A legitimidade de nossas eleições e de nossa republica passa por isso.

Para tanto a juventude do PSDB tem uma missão dada a conjuntura da história: Encampar uma discussão pela necessidade de uma lei que regulamente o processo eleitoral afim de oferecer mais garantias da segurança do voto ao eleitor.

Se concorda conosco, acreditas nos valores do PSDB e acha que o Brasil precisa de mais e não menos democracia junte-se a nós.

Vinicius do Carmo é diretor de cultura da UEE SP

Marcos Saraiva é secretário de comunicação da Juventude do PSDB-SP

Victor Ferreira é secretário-geral da Juventude do PSDB-SP 

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