Depois de ver a presidente Dilma Rousseff “fazendo o diabo” na campanha para garantir sua reeleição, o brasileiro já prepara o bolso para a conta salgada que terá de pagar em razão das primeiras medidas adotadas pelo governo após a eleição. O cenário, para representantes do PSDB, é de estelionato eleitoral, já que na campanha Dilma atribuía a seus adversários as ações impopulares que toma agora, enquanto os números negativos de seu governo, escondidos durante o período eleitoral, começam a ser divulgados.
27/10 – Bolsa de São Paulo desaba 6% e dólar chega a R$ 2,55 após reeleição de Dilma Rousseff
28/10 – Câmara derruba decreto de conselhos populares e impõe primeira derrota a Dilma pós-reeleição
29/10 – Três dias após a reeleição de Dilma, Banco Central sobe juros a 11,25% ao ano e Dilma viaja de férias para a Bahia
30/10 – Congresso ameaça impor novas derrotas a Dilma e Renan confirma que Senado deverá confirmar decisão da Câmara que derrubou conselhos populares
01/11 – Manifestações contra Dilma são registradas em várias capitais do país
03/11 – Citado na operação Lava-Jato, presidente da Transpetro, Sérgio Machado, pede licença do cargo
04/11 – Balança Comercial registra rombo de R$ 1,2 bi, o pior desde 1998. A crise no setor elétrico registra um prejuízo de R$ 105 bi aos cofres públicos.
05/11 – O ministro da Fazenda demissionário, Guido Mantega, dá aval para que a Petrobras reajuste o preço dos combustíveis, mas presidente da empresa, Graça Foster, se recusa a informar o índice com a seguinte justificativa: “Aumento não se anuncia, mas pratica-se”. Se não bastasse, a ONS prevê apagões durante o verão nos grandes centros do Sudeste, se nível de reservatórios não subir e sai a confirmação do aumento da conta de luz de 17,75% nas residências do Rio de Janeiro a partir da próxima sexta-feira (07/11)
06/11 – Após 10 anos de queda, número de miseráveis volta a subir no Brasil
07/11 – Para equilibrar as contas do governo, ministro da Fazenda ameaça promover cortes no seguro-desemprego, auxílio doença e pensão por morte. É divulgado que o desmatamento na Amazônia disparou entre agosto e setembro.
“Ela mentiu para os brasileiros, agora caiu a máscara”, disparou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, criticando a distância entre os atos e os discursos petistas.
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, adversário de Dilma na disputa presidencial deste ano, também destacou a diferença entre o discurso da presidente na campanha e sua ação após a reeleição: “Ela [Dilma Rousseff] atacava exatamente essas medidas, dizendo que nós íamos fazer um grave ajuste, e que, como ela dizia, ‘aumentar os juros é tirar comida da mesa do trabalhador’. Pois bem: taí a presidente da República tirando comida da mesa do trabalhador brasileiro”.
“Somando tudo que aconteceu depois da eleição e o que a presidente Dilma disse nessa entrevista, a impressão que se tem é que ela estava em estado de coma. Três dias depois da eleição, o Banco Central descobre que houve um aumento descontrolado de gastos e é preciso aumentar juros para conter a inflação”, acrescentou o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, em entrevista ao Globo.