Muito se tem falado sobre a oposição, nos últimos dias, particularmente sobre como a coligação e sua militância precisariam se comportar, na condição de derrotados no segundo turno das eleições presidenciais.
Para alguns, o PSDB deveria esquecer a campanha eleitoral mais asquerosa desde a redemocratização; curvar a cabeça, apertar a mão da vencedora e se unir ao governo federal, em apoio a um programa de governo inexistente, a uma economia exaurida, em nome da governabilidade.
O país da propaganda eleitoral esfumou-se, como um sonho de verão. Permanecemos pobres; os escândalos continuam a frequentar as páginas policiais. O número de miseráveis – contrariando o que a presidente Dilma apregoou nos últimos meses – aumentou pela primeira vez nos últimos dez anos, segundo dados da Pnad divulgados, convenientemente e sem alarde, após o segundo turno eleitoral. A inflação estourou o teto da meta. O que mudou, foi para pior.
Revoltado com tanta mentira e manipulação, o povo foi às ruas. Caminhou contra Dilma; contra a corrupção; contra uma possível fraude eleitoral; caminhou pela liberdade de uma imprensa que insistiu em ignorar o que estava acontecendo naquele 1º de novembro. É, no mínimo, irônico, que os jornais que cobriram com maior isenção os protestos daquele dia tenham sido o francês,Le Monde e o inglês, Financial Times.
A imprensa brasileira viu o que quis ver: um extremista isolado, pedindo o inimaginável, em pleno século XXI: o retorno dos militares às ruas! Não satisfeitos, imputaram ao PSDB a incitação, como se um partido que sempre se alinhou contra a ditadura militar e contra qualquer arbítrio, pudesse clamar por ele.
Faz parte da tática petista a incapacidade de conviver com qualquer tipo de oposição; é preciso aniquilá-la, desqualificá-la, reduzi-la a pó. Em 2013, surpreendidos com o vigor das manifestações, mandaram os Black Bloc para o trabalho sujo que desbaratou o movimento. Hoje, rotulam de direita golpista a quem ousa contestar suas ideias, seu desgoverno ou chamar a atenção para seus atos de corrupção.
Não vai funcionar, desta vez. O senador Aécio Neves voltou a Brasília e, em seu discurso de retorno ao Senado Federal, agradeceu aos 51 milhões de brasileiros que caminharam com ele durante a campanha. Aécio, da tribuna de um plenário emudecido e respeitoso, reiterou que fará uma oposição “incansável, inquebrantável e intransigente na defesa dos interesses dos brasileiros”.
“Vamos combater sem tréguas a corrupção que se instalou no governo brasileiro. E, mesmo sendo minoria no Congresso, vamos lutar para que o país possa avançar nas reformas e nas conquistas que precisamos alcançar”, destacou.
Estamos com ele. O PSDB Mulher acredita que o papel da oposição é fiscalizar, questionar, denunciar e ir às ruas, sempre que necessário. Uma oposição forte, independente e altiva é essencial para o exercício da democracia; é isso o que Aécio Neves propõe, é isso o que faremos, caminhando ao lado dele.