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Ainda há muito para ser revelado sobre o escândalo da Petrobras

A conclusão dos trabalhos da CPI da Petrobras não significa o fim das investigações, no âmbito do Legislativo, das denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro que afetam a estatal, o governo Dilma e políticos e partidos da base governista. Muito pelo contrário!

Nós, da oposição, não esperamos o encerramento desta comissão – que foi imperativo, uma vez que a legislatura anterior chegou ao fim – para iniciar, já há algumas semanas, a coleta de assinaturas para a abertura de uma nova CPI, a partir deste ano, que dará continuidade aos trabalhos e terá condições de aprofundar as apurações.

Até lá, haverá tempo suficiente para que o conteúdo integral das delações formalizadas na Justiça pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, pelo doleiro Alberto Yousseff e por executivos de empresas envolvidas no esquema chegue até as mãos dos parlamentares. Só assim, teremos condições de conhecer a extensão das denúncias – que já sabemos serem muito graves – e, então, poderemos dar as respostas que a sociedade brasileira tanto espera, identificando todos os que assaltaram a Petrobras e apontando as punições necessárias.

Também discordamos frontalmente do relatório final da CPMI apresentado pelo relator, o deputado Marco Maia (PT-RS). O documento mostrou-se frágil e inconsistente, e só pediu o indiciamento de envolvidos no esquema de corrupção na estatal e apontou problemas na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, depois dos protestos da oposição!

O relatório assinado pelo petista deixou de fora questões relevantes, como o envolvimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no recebimento de propina do esquema e as doações de campanha feitas com recursos de origem criminosa, que beneficiaram diretamente o PT e a campanha da presidente Dilma Rousseff.

Por esses motivos, apresentei, em nome de toda a oposição, um relatório paralelo, que foi lido e analisado pelos parlamentares na última reunião da comissão, em 17 de dezembro, propondo, entre outras coisas:

1) O indiciamento daqueles que estão, comprovadamente, envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras – como os delatores e operadores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, os deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e André Vargas (já cassado), além de empresários beneficiários do mesmo esquema

2) Através do eventual envolvimento do Palácio do Planalto, provar que que parte do governo tinha conhecimento dos fatos – houve envio de mensagens eletrônicas de Paulo Roberto à Casa Civil da Presidência

3) Investigar o envolvimento do tesoureiro do PT no recebimento de propina e as doações de campanha feitas com recursos de origem criminosa

4) O indiciamento da presidente da estatal, Graça Foster, por crime de prevaricação, pois, segundo novas denúncias, ela teria sido alertada por uma funcionária da Petrobras sobre os desmandos ocorridos na empresa nos últimos anos e nada fez para evitar a roubalheira! O documento segue agora para o Ministério Público e, sem dúvida, irá contribuir com as apurações.

Enfim, como disse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as investigações desse esquema criminoso que se instalou numa das maiores empresas públicas brasileiras – e uma das maiores do mundo – estão apenas começando. Muita coisa ainda está por vir e ser revelada. E a oposição estará muito atenta a todos os passos dessa apuração, respaldada por mais de 50 milhões de brasileiros que se opuseram ao atual governo e clamaram por mudanças.

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