O deputado federal José Aníbal defendeu nesta terça-feira (20) que o Congresso impeça o reajuste das tarifas de energia, que poder chegar a 40%. Mesmo com um sistema frágil, como o apagão que afetou na segunda-feira 11 estados e o DF, o governo Dilma quer penalizar o cidadão e encarecer a conta. Para José Aníbal, isso é algo inadmissível e decorre da irresponsabilidade da petista.
Segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”, levantamento feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviado à presidente aponta para a necessidade de reajuste da tarifa elétrica em 40% para compensar a diminuição de subsídios. Durante a campanha eleitoral, Dilma havia afirmado que o país não teria mais apagões graças a investimentos em geração e transmissão de energia. Na época, a petista acusou a oposição de ser responsável pelo problema. Nessa segunda-feira (19), a verdade veio à tona. Um apagão prejudicou pelo menos 4 milhões de consumidores nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Rondônia.
Para Aníbal, cada dia fica mais claro o estelionato eleitoral praticado por Dilma. Na campanha eleitoral, por exemplo, ela atribuía ao candidato Aécio Neves o risco de novos apagões no país. “Mas ela sabia que a gestão dela no setor elétrico é um desastre. Em 2012 ela disse que ia reduzir a conta de energia elétrica. Agora, em 2015, já permitiu que a equipe faça um aumento de 40% na conta de luz. Um absurdo!”, critica o tucano
Se for confirmado o aumento, o deputado estima que o Brasil poderá ter a energia elétrica mais cara do mundo. “É inaceitável. As nossas famílias, empresas e indústrias vão pagar pela irresponsabilidade da presidente Dilma. Isso não pode acontecer”, alerta, ao destacar que haverá grande impacto no orçamento das famílias.
O tucano propõe que o aumento seja de acordo com a inflação – por volta de 6% – e que as dívidas do setor elétrico sejam reorganizadas e jogadas para longo prazo. “Não dá para impor esse sofrimento às famílias, sem falar que vai faltar luz”, destaca, ao ressaltar que há grande risco dos apagões se tornarem corriqueiros. “Outra coisa a se fazer é anular todas as decisões que ela tomou e que levaram a essa situação”, avalia.
Na opinião do deputado, o Parlamento e, em especial, a oposição, precisam mostrar sintonia com a sociedade e agir para impedir um reajuste aliado à possibilidade clara de racionamento. “Quando o Congresso voltar do recesso, espero que o ponto de prioridade da pauta seja impedir esse reajuste de 40% da tarifa de energia elétrica, pois é um crime contra a economia popular, e começar a colocar limites nessa essa sanha do governo de jogar nas costas do cidadão a conta por sua irresponsabilidade”, defende.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)