No discurso que fez na sessão de discussão da reforma política nesta terça-feira (24), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) pediu ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que aceite recurso para que projeto de sua autoria (PLS 145/2011) que institui o voto distrital para vereador em municípios com mais de 200 mil habitantes.
“Alguns dizem: ‘É, mas o voto distrital vai tornar o vereador um agente paroquial’. Mas o vereador é isso, é o voto de vizinhança, para se ter um vereador para chamar de seu no seu bairro, para resolver problemas locais, que não estão desvinculados dos problemas gerais da cidade.”
O tucano citou o modelo atual, em que um parlamentar de Câmara Municipal precisa ter votos em várias regiões, e criticou a forma como isso é feito, a partir da presença de “lideranças” nos bairros – pessoas que tem alguma militância ou prestígio local, e nas eleições, trabalha como cabo eleitoral.
“Há toda uma tabela: há liderança de 500 votos; liderança de 200 votos; lideranças menores, de 100 votos. Há também um preço. Quando se trata de campanha de vereador, o comentário é o seguinte: ‘Já estou com 300 lideranças, preciso chegar a 500′”, afirmou o senador.
Aloysio disse ainda que o sistema se alastrou e hoje em dia já é visto até mesmo nas eleições para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
“Esse é um dado da realidade que financiamento público não vai resolver, que muitas fórmulas engendradas com a melhor das intenções não vão resolver, porque não estão desvinculadas de uma prática nefasta que tomou conta da política brasileira”.
Aproximação
O senador também disse que o voto distrital levaria a uma mudança da cultura dos partidos políticos, “que seriam levados a se enraizar nos municípios, a se aproximar da vida das comunidades locais.” Assim, haveria uma proximidade maior entre o eleitor e o eleito.
Aloysio destacou ainda que, como o também tucano José Serra (SP) deu entrada em projeto que aperfeiçoa o dele, sugeriu uma união das duas propostas.
*Da liderança do PSDB no Senado
