As manifestações anti-Dilma que tomaram conta do país, neste domingo (15), devem estimular uma contestação maior dos brasileiros ao governo da petista na avaliação do presidente do PSDB de Pernambuco, deputado Bruno Araújo, líder da Oposição na Câmara dos Deputados.
O tucano fez uma série de observações sobre a “festa da democracia” que o Brasil viveu ontem e condenou o silêncio da presidente Dilma que, segundo ele, de forma covarde, não olhou no olho do cidadão porque “não está entendendo nada do que está acontecendo no país”.
Para Bruno, a resposta do governo às manifestações populares – de prometer para os próximos dias um tal pacote anticorrupção – “é abusar da inteligência e da paciência dos brasileiros”, quando o PT não dá exemplo mantendo como tesoureiro João Vaccari Neto, denunciado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
As manifestações de 15 de março
Nós tivemos dois momentos diferentes, o da sexta-feira (protestos organizados pelas centrais sindicais em favor da presidente Dilma) e os de ontem (domingo, 15) onde não se viu distribuição de lanches, não tivemos uso de estrutura das prefeituras, de uso do imposto sindical e uma diferença fundamental: no evento da sexta não se viu ninguém com a bandeira do Brasil. Já o que se viu ontem foi um Brasil de verde e amarelo dizendo que quer o país de volta.
Silêncio de Dilma
Dois milhões de brasileiros nas ruas e a presidente não fala aos seus cidadãos. A presidente se escondeu no Palácio do Planalto de forma covarde, o que demonstra que o governo não está entendendo nada do que está acontecendo. A sociedade pediu nas manifestações uma relação de verdade. O governo mentiu durante todo o ano de 2014 e aquele país que a presidente vendeu como um paraíso foi transformado num purgatório no dia em que ela tomou posse. Nitidamente, a presidente não tem a mínima compreensão do que está acontecendo ao país.
Reforma política?
O PT já teve o absoluto controle do Congresso Nacional e não fez nada de reforma política. Agora que não o tem, quer fazer?
Impeachment
As faixas que pediam intervenção militar não eram nem 1% do que vimos nas manifestações deste domingo. Temos de desconsiderar a importância disso. Mas é bom lembrar que a previsão da retirada de um presidente tem o mesmo padrão constitucional da eleição de um presidente. Vontade popular (para impeachment) está claro que existe, mas não é o desenho todo. Existe uma investigação em curso que apura situações gravíssimas. Se ao longo dos trabalhos, a CPI revelar elementos que mostrem responsabilidade da presidente, ela não tem que ser protegida porque é presidente da República. Ao contrário. O Brasil já fez, de modo constitucional, com muito menos gente na rua, o impeachment de um presidente. O Collor foi cassado porque tinha um fiat Elba comprado por PC Farias na garagem da Casa da Dinda. Agora, nós estamos vendo o tesoureiro do PT receber 200 milhões de dólares! A presidente Dilma precisa ser punida se ficar provado que os mais de 1 milhão de dólares desviados da Petrobras financiaram a campanha dela.
Pacote anticorrupção
Cada vez que o povo vai às ruas o governo vem com o anúncio de pacote e não acontece nada. Qual o exemplo que a presidente pode dar (com pacote anticorrupção) quando o tesoureiro do PT, que recebeu 200 milhões de dólares roubados da Petrobras, continua tesoureiro do PT?! Continua assinando cheques do partido! É recebido no aniversário do partido, fica na mesa principal ao lado do Lula e da Dilma! Então, falar em medidas anticorrupção é abusar da inteligência e da paciência do brasileiro.
Participação nos atos de domingo
Eu tinha tomado a decisão pessoal de que iria, e fui, porque tinha a percepção e isso se confirmou no evento, de que seria bem recebido. A minha percepção do que vi no domingo é que o que une, o ponto comum a todos que participaram das manifestações é a indignação dos que sabiam que o governo não iria dar certo e os que confiaram na presidente (candidata) e se sentem agora enganados. Os que viram a presidente dizer na televisão que iria baixar a conta de energia em 18% e em alguns estados ela já está majorada em 70%. Os que viram a presidente prometer que não aumentaria a gasolina e já a encontram majorada de forma absurda.
O pós-manifestação
No final do primeiro ano do mandato da Dilma começou o incômodo dos aliados em relação a uma série de acordos não cumpridos. Ela começou então a sofrer derrotas no Congresso que redundaram, na eleição, em aliados dela começarem o segundo turno votando em Aécio Neves. E o segundo mandato já começou com esse mau-humor da base que se amplia a cada dia. Os eventos de ontem vão dar mais vontade àqueles que já tinha a clareza de que o governo não vai bem, não aponta para nada bem, e vai estimular uma contestação maior ao governo Dilma.
Com Aécio presidente
O Brasil seria diferente se Aécio tivesse vencido a eleição porque ao contrário do que a Dilma disse, e ela mentiu, o resto do mundo cresce mais do que o Brasil, os Estados Unidos e a Europa crescem mais do que a gente. Uma eventual eleição de Aécio traria um fluxo de capital por conta de uma crença de mudança na economia muito mais consistente. Seria uma proteção de recursos e, mais importante, de investimentos na economia. E depois,0 Aécio não iria fazer o que Dilma voltou a fazer na hora de mudar a Petrobras. Quando mudou a direção da Petrobras ela fez mais do mesmo. Colocou o PT para continuar tomando conta da estatal. Num governo Aécio, se veria na Petrobras nomes de credibilidade nacional e internacional que sopraria um novo vento de esperança. Hoje o que vemos é o brasileiro pagando a conta e com o seu bolso.
*Da assessoria do PSDB-PE
