O desemprego no Brasil voltou a crescer e registrou, em maio, o pior índice dos últimos 23 anos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado no último domingo (21) apontaram que o mês encerrou com resultado negativo de 115.599 vagas. Segundo a reportagem desta segunda-feira (22) do jornal O Estado de S. Paulo, esta é a primeira vez que o mês apresenta resultado negativo desde o começo da série histórica, iniciada em 1992.
De acordo com a publicação, as contínuas demissões é hoje uma das maiores preocupações do governo federal, pois é resultado, entre outros fatores, da política de elevação da taxa de juros pelo Banco Central (BC) e do ajuste fiscal em curso. Essas medidas têm aumentado os custos das empresas.
No acumulado do ano, já foram fechadas 243.948 vagas. É o pior número registrado nos primeiros cinco meses desde 2002. O desempenho de maio está muito próximo ao pior resultado esperado pelo mercado financeiro, que variava as previsões de corte de 20.000 e 124.448 empregos. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, admitiu, ao divulgar os números, que “nós vivemos agora uma situação difícil no Brasil”.
Ainda de acordo com a reportagem, a maioria dos setores demitiu. A indústria de transformação apresentou o pior resultado, com o fechamento de 60.989. O corte de vagas no setor de serviços foi outro destaque negativo, com um fechamento de 32.602 postos de trabalho. A construção civil, com o corte de 29.795 empregos, ficou no terceiro lugar no saldo negativo. O comércio apareceu logo em seguida, com o fechamento de 19.351 vagas.
