“Hoje minha palavra é de solidariedade, com esperança de que as buscam possam continuar e outras pessoas possam ainda ser encontradas com vida”, diz ex-governador após encontro com moradores.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) visitou, neste domingo (08/11), o município de Mariana (MG) para prestar solidariedade às famílias atingidas pelo rompimento de duas barragens de resíduos da mineradora Samarco. Ao lado de parlamentares mineiros, o senador sobrevoou a região e conversou com moradores e parentes de desaparecidos na inundação de lama que devastou o distrito de Bento Rodrigues.
“Eu vim trazer o que posso trazer neste momento, que é solidariedade a essa tragédia que acometeu sobre Mariana e sobre Minas Gerais. Talvez o maior desastre ambiental que se tem notícia em nossa história. Conversei com aqueles que estão atuando nas buscas, conversei também com famílias de desaparecidos e que cobram da empresa que sejam dadas informações. Neste momento de consternação, a informação é essencial”, afirmou o senador, em entrevista coletiva em Mariana.
O ex-governador de Minas afirmou que o mais importante neste momento é manter as buscas de 28 desaparecidos e o atendimento das famílias desabrigadas. Aécio cobrou das autoridades públicas atenção especial aos moradores que perderam familiares, casas e todos os seus pertences. Esse apoio, avaliou, é essencial para que eles possam reconstruir suas vidas.
“Hoje minha palavra é de solidariedade com esperança de que as buscam possam continuar e outras pessoas possam ainda ser encontradas com vida. Mas temos que atuar também para que o reparo e a reconstrução da vida dessas famílias possam ter apoio, em primeiro lugar, da empresa responsável por aquela barragem, mas também do poder público em todos os níveis, e é isso que vamos cobrar daqui por diante”, ressaltou o senador Aécio.
Reunião em Brasília
Aécio Neves informou que a bancada mineira do PSDB no Congresso Nacional se reunirá no início desta semana para cobrar do governo federal investimentos na reconstrução da área atingida pelo rompimento das barragens em Mariana.
“A bancada mineira vai se reunir no início da semana em Brasília, na Câmara e no Senado, para ver o que podemos fazer, seja cobrando do governo federal que obviamente invista recursos na reconstrução da vida dessas famílias, e voltados também para nossa ação no Congresso. O importante é que o governo federal se sinta também responsável ou co-responsável para dar a essas famílias atingidas e que perderam absolutamente tudo a possibilidade de um recomeço”, disse o senador.
Pedido das famílias
Acompanhado dos deputados federais Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel, do deputado estadual João Leite e do ex-presidente da Câmara de Atividades de Infraestrutura do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), o ambientalista Castor Cartelli, o senador visitou o centro de operações da Defesa Civil após o sobrevoo da área atingida.
Ele conversou com representantes da Defesa Civil estadual e municipal e acompanhou os procedimentos adotados para atendimento às vítimas e familiares. Aécio Neves visitou o centro de recebimento de donativos, onde dezenas de voluntários fazem triagem do material enviado pela população de várias regiões de Minas.
O senador se emocionou ao ouvir os relatos de Aline Ferreira Ribeiro e Ana Paula Alexandre, esposas de funcionários terceirizados da Samarco que ainda estão desaparecidos, que reclamaram da falta de informação sobre as buscas das vítimas. O senador recebeu um pedido para que a Samarco receba os familiares e preste todas as informações sobre as buscas aos desaparecidos.
“Me dispus a conversar com a presidência da Samarco para que convoque ou convide as famílias dos desaparecidos, no caso específicos dos funcionários, diretos ou terceirizados, para que eles possam pelo menos minimizar a agonia que estão vivendo hoje”, disse Aécio Neves.
A hora é de união
O senador ressaltou que o rompimento das barragens da Samarco deve colocar em alerta as autoridades públicas para evitar que outras tragédias como essa aconteçam em Minas Gerais ou em outros estados do país.
“O tempo vai demonstrar com muita clareza se houve alguma falha e de quem foi a falha, porque regras para essas barragens existem. Me lembro em nosso governo que uma importante barragem foi proibida de ser estabelecida porque, se ocorresse um desastre ambiental, o município de Rio Acima seria dizimado. Vamos agir de forma absolutamente solidária. Repito, sem transformar isso em uma questão política, de apontar o dedo para A ou para B. É hora de todos nos unirmos porque a tragédia foi enorme e é preciso que nos precavamos para que outras tragédias como essa não ocorram mais em nosso Estado. Não ocorram mais no Brasil”, afirmou.