Início Notícias do PSDB “Uma frota de fiat Elba”, análise do ITV

“Uma frota de fiat Elba”, análise do ITV

Há quem diga que ainda não há prova material que demonstre a ilegitimidade da reeleição de Dilma Rousseff. Será difícil sustentar esta visão depois das manifestações do juiz federal Sergio Moro enviadas à Justiça Eleitoral. Para quem espera um Fiat Elba que justifique o afastamento da presidente do cargo, elas equivalem a uma frota inteira.

Em ofício remetido ao TSE em outubro passado, o juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato escreveu: “Reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doações eleitorais registradas”. Em português mais direto, dinheiro sujo da corrupção, surrupiado do povo brasileiro, financiou a reeleição de Dilma.

Moro referia-se à única sentença proferida até agora por ele em que o desvio restara comprovado: a condenação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e outros réus por operações que resultaram em repasse de R$ 4,26 milhões da Petrobras para os cofres do partido da atual presidente da República durante o processo de sua reeleição. Trata-se, no entanto, apenas da ponta do iceberg.

Há diversas outras suspeitas – ainda sob apuração – cujo montante envolvido excede em muito aquele relativo à decisão a que Moro se referiu. Não se fala da casa de milhões, mas de bilhões de reais, no maior escândalo de corrupção da história do país e um dos maiores já conhecidos em todo o mundo, envolvendo o PT e seus aliados.

A manifestação de Moro reforça a tese que embasa quatro ações protocoladas pelo PSDB junto ao TSE, ainda em dezembro de 2014, pedindo a impugnação da chapa Dilma-Michel Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições. Busca-se provar que a usurpação do Estado e o assalto às estatais desvirtuaram o processo eleitoral e deslegitimaram a vitória petista, obtida – cada vez mais claro está – de maneira fraudulenta.

Esta é a ponta firme do debate. Do outro surge o procurador-geral da República. O mesmo que, ao se referir a propinas arrecadadas para a campanha de Dilma em 2014, denunciou o “pagamento de somas desviadas da sociedade” como combustível para a formação de coalisões de poder na era petista agora não enxerga nos desvios comprovados e condenados por Moro razões suficientes para punição à atual presidente do país. Estranho.

A cada passo das investigações, a cada nova descoberta, resta cada vez mais evidente que o triunfo obtido por Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014 não correspondeu ao real desejo da população. Fica cada vez mais comprovado que o mandato em curso veio à luz envolto em dinheiro da corrupção. Não se faz necessário o aparecimento de um simples automóvel, como o que contribuiu para o impeachment de Fernando Collor em 1992. A gestão petista tem uma linha de montagem inteirinha deles.

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