A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e sua família foram vítimas do esquema de corrupção montado pelo PT em Santo André (SP), que culminou no assassinato do ex-prefeito petista Celso Daniel em 2002. Foi com base no que viu e viveu no ABC Paulista, que a deputada tucana entregou em outubro do ano passado um dossiê ao juiz Sérgio Moro. Cinco meses depois foi deflagrada a 27a. fase da Operação Lava Jato que prendeu na última sexta-feira (1) o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira. Batizada como “Carbono 14″, a operação começa a revelar a ligação entre a morte de Celso Daniel e a investigação do maior esquema de corrupção já descoberto no país, o chamado Petrolão.
“Santo André foi o laboratório do Mensalão e do Petrolão”, dispara Mara Gabrilli sem titubear.
O empresário Ronan já foi condenado pela Justiça de Santo André por sua participação no esquema de corrupção e extorsão na prefeitura da cidade. A família de Mara Gabrilli foi vítima desse esquema montado para extorquir empresários do setor de transporte e assim irrigar, com o dinheiro de propina, as campanhas eleitorais do PT. Mara Gabrilli conta que seu pai, dono de uma empresa de ônibus, era pressionado todos os meses “por uma gangue” liderada por Klinger de Souza (subsecretário de Celso Daniel), Ronan Pinto (hoje proprietário do Diário do Grande ABC) e Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, denunciado pelo Ministério Público como mandante do crime.
A deputada tucana conta que a truculência e a violência sempre foram marcas do PT e destaca a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos violentos: “Eu acho que essa forma de incitar a violência vem de longe. Se você circular no ABC, e ouvir as histórias de muito do que acontece lá, e do que acontecia desde o princípio, na época em que o Lula era sindicalista e fazia campanha na porta de empresas, já existia o incitar de violência. Então, eu vejo que isso foi fomentado na cidade de Santo André, na região do ABC, desde muito cedo”.
Por isso mesmo é que Mara Gabrilli não se surpreende com o clima de enfrentamento registrado no país e que se agravou desde que Lula foi levado coercitivamente para depor, quando o PT adotou abertamente o discurso do medo e do pânico. Integrantes do governo e do partido fazem ameaças às instituições, à mídia e aos cidadãos que se posicionam contra a presidente Dilma. Para a deputada, muitas mortes já ocorreram para manter o PT no poder.