A desastrada política econômica adotada pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff obrigou os brasileiros a cortar a lista de compras e mudar hábitos para driblar a alta da inflação. Com as famílias endividadas e o fantasma do desemprego, o consumo – que já foi o motor de crescimento do país – deve chegar ao fim deste ano no mesmo nível de 2010.
De acordo com matéria do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (15), a expectativa para 2016 é que o total de gastos dos brasileiros com produtos e serviços chegue a R$ 3,88 trilhões, conforme projeções da IPC Marketing – seis anos atrás, era de R$ 3,87 trilhões e chegou a R$ 4,3 trilhões em 2014.
“A queda que houve em 2015 e a que é esperada para este ano anulam o crescimento que ocorreu entre 2011 e 2014”, disse Marcos Pazzini, responsável pelo estudo e diretor da consultoria ouvido pelo jornal. Pelos cálculos da IPC, a perda de consumo real acumulada nesse período chega a R$ 1,6 trilhão (US$ 470 bilhões). A cifra é superior ao PIB da Colômbia em 2014 (US$ 377 bilhões) e fica apenas um pouco abaixo do PIB da Argentina no mesmo período (US$ 537 bilhões).
Segundo o Estadão, em 2015, pela primeira vez, o consumo caiu 4% e superou a retração do PIB, de 3,8%. Para este ano, a projeção é de uma queda de 3,3% no consumo, enquanto a retração do PIB é prevista em 3,5%.
O carrinho de supermercado dos consumidores não é mais o mesmo, o plano de trocar de carro ou de comprar um imóvel foi adiado e as férias no exterior voltaram a ser uma meta de longo prazo. Para se ter uma ideia, o mercado de carros novos freou em 2013 e, desde então, só acumula retrações. Pelas projeções do setor, as fábricas devem comercializar no país somente 2 milhões de veículos neste ano – um retrocesso de 10 anos atrás, quando havia nove fábricas a menos do que hoje.