CONFIRA ABAIXO A ENTREVISTA CONCEDIDA PELO SENADOR ALOYSIO NUNES FERREIRA, LÍDER DO GOVERNO TEMER NO SENADO, AO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO (PUBLICADO EM 11/06/16)
Houve dia – 9 de março de 2015, mal se vai um ano – em que o senador Aloysio Nunes Ferreira, tucano de São Paulo, soltou, na imprensa, o seguinte petardo: “Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido por Michel Temer”. Hoje, Ferreira é o líder do governo Temer no Senado.
“A frase não tinha nada de pessoal contra ele”, disse o senador ao Estado. Naquele momento, explicou, ainda era contra o impeachment. Quando aderiu, mergulhou de cabeça, como se pôde assistir em sua enérgica participação na comissão que vai selar a sorte da presidente afastada Dilma Rousseff.
O presidente interino o convidou para líder depois de uma conversa com o senador Aécio Neves, presidente do PSDB. Ele ouviu a bancada e não pensou duas vezes em dizer sim. “O presidente Michel Temer tem legitimidade constitucional, mas ainda não tem a autoridade política que decorre da sua função constitucional.”
Depois de indicado líder, o sr. tem falado mais com o presidente? Como é que funciona?
Não tem necessidade de ficar falando toda hora. O importante é que o canal está aberto para falar quando precisar. Eu tenho uma relação muito antiga com o presidente. Eu o conheci na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1963. Ao longo desses anos tivemos vários momentos de proximidade política e funcional, no PMDB. Já estive próximo, já estive mais distante, em razão das disputas no PMDB, mas sempre foi uma convivência muito cordial.
Em março de 2015 o sr. disse a seguinte frase, publicada na imprensa: “Não quero que ela (Dilma) saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo presidente Temer”. Na época, o vice-presidente Temer não deve ter gostado. Agora o sr. é o líder do governo Temer.
A minha reserva não era ao vice-presidente Michel Temer. Era contra o impeachment naquele momento. O que está dito aí, claramente, é que eu não considerava a tese do impeachment oportuna naquele momento.
O que mudou de lá para cá para chegar na situação de hoje?
O que mudou foi a inevitabilidade do impeachment – e, em consequência, a inevitabilidade da substituição da presidente Dilma pelo vice-presidente Temer, conforme manda a Constituição. O que me parece evidente é que Dilma Rousseff não tem mais a menor condição de voltar a dirigir o País, nenhuma. Até as pedras da rua sabem que é uma pessoa que tem total inépcia, irresponsabilidade, e ausência completa de liderança para dirigir o País, especialmente nesse momento de crise.
Alguns senadores declararam, depois que as gravações de Sérgio Machado vieram à luz, que podem votar contra o impeachment. Tem algum temor de que uma meia dúzia de senadores mude o voto, dada a situação do momento, quase uma crise por dia?
Nenhum temor. Primeiro, porque o fundamento jurídico da acusação é muito sólido. Segundo, porque existe a constatação, por todos, de que a Dilma não tem mais condições de dirigir o País.
Por todos que são a favor do impeachment, o sr. quer dizer…
O senador Cristovam Buarque, eu perguntei algumas vezes a ele: você acha que a Dilma deve voltar?
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