Em sessão da Comissão do Impeachment marcada por debates acalorados entre senadores favoráveis e contrários ao afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, tucanos cobraram nesta quarta-feira (3) celeridade do Senado na votação do processo contra a petista. Os parlamentares discutiram o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) com a recomendação para que a presidente afastada seja levada a julgamento final no plenário do Senado.
Em discurso, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que a população brasileira espera que o Senado conclua o processo de forma rápida e afaste definitivamente Dilma da Presidência. Ao de defender a celeridade no processo, o tucano acusou os aliados petistas de tentarem atrasar o processo.
“Desde o início deste processo, o que se observa é a tentativa de obstrução dos trabalhos, de procrastinação desse feito, para que o Brasil continue aprofundando sua crise. Pouco interessa a essas pessoas que são responsáveis diretas pela maior mazela vivida no Brasil. E não me venham falar em defesa dos pobres, porque quem defende os pobres não rouba os pobres. Não me venham com discurso de defesa dos menos favorecidos, porque quem defende os menos favorecidos não monta uma organização criminosa para assaltar o país”, afirmou Cássio.
Em meio à discussão, o senador capixaba Ricardo Ferraço (PSDB) reafirmou que irá votar a favor do afastamento definitivo de Dilma, devido à grave crise gerada no Brasil para beneficiar interesses partidários.
“[Ela] Mergulhou o nosso país na mais complexa e profunda desorganização da nossa história. Mergulhou o nosso país numa crise política de elevado reflexo social e, sobretudo, mergulhou o nosso país numa crise moral, numa crise ética, em que o Estado brasileiro foi apropriado pelos instintos mais primitivos do patrimonialismo mais escancarado, pelo domínio dos interesses privados, particulares, partidários, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira.”
A votação do relatório de Anastasia está prevista para a manhã desta quinta-feira na Comissão Especial do Impeachment. Após ser apreciado no colegiado, o parecer será votado no plenário do Senado, independentemente de ter sido aprovado ou rejeitado pelo colegiado. A previsão é de que a análise do relatório no plenário ocorra na próxima terça-feira. A votação final será apenas no fim de agosto.