Início Bancada Santo André vai acompanhar animais após adoção

Santo André vai acompanhar animais após adoção

A equipe de Vigilância em Saúde toca a campainha, e antes mesmo que o aposentado Luiz Carlos Odorizzi conseguisse abrir a porta, a animada Kiara, uma cachorrinha de aproximadamente três anos, já vem para ver quem está à porta. De pelagem preta e de banho tomado, Kiara é um dos animais que foram adotados na tradicional feira de adoção animal, “Eu amo, eu adoto”, promovida pela Prefeitura de Santo André, todo último domingo do mês, no Parque Central. Mas a visita tem um propósito especial: a Prefeitura deu início a um processo pioneiro na região, de visitas pós-adoção, a fim de verificar a adaptação do animal ao novo lar, confirmar se não há a ocorrência de maus tratos e se o bichinho está recebendo os devidos cuidados.

“Mesmo antes de efetivá-la, nós já temos muitos critérios para permitir a adoção dos animais, conversamos com os candidatos, verificamos se o perfil do animal é compatível ao contexto do interessado, registramos o bicho e emitimos um termo de posse responsável. Ainda com esses requisitos, decidimos iniciar um acompanhamento após a adoção, pois esses animais já sofreram muito e queremos ter certeza de que eles estão sendo bem cuidados”, explica a diretora do departamento de Vigilância em Saúde, Ana Lúcia Meira.

A ideia inicial é que a equipe da Prefeitura visite todos os cães adotados, que estavam sob a tutela do canil, mas caso isso não seja possível, as visitas serão feitas por amostragem, a fim de deixar o adotante mais alerta ainda sobre sua responsabilidade. “Durante a visita avaliamos se o animal tem água fresca, ração, local para dormir. O principal sinal é o comportamento do animal, se ele fica pulando, lambendo o dono, é uma demonstração de afeto. Já realizamos cinco visitas e até o momento não encontramos nenhuma situação ruim para o animal “, concluiu.

No dia 23 de abril, Luiz Carlos acordou decido a visitar a feira de adoção. Neste dia foi realizado o Pet’s Day e assinada a ordem de serviço do Pet Park, o primeiro espaço público para recreação de animais no ABC. Neste dia o aposentado conheceu a cachorrinha animada e logo se apaixonou.

“Eu brinco que não fui eu quem a escolhi, ela me escolheu”. Ao saber que seria ela, Luiz resolveu fazer uma surpresa a uma de suas filhas e pregar uma peça. Ele telefonou para sua caçula e disse que eles iriam para a casa de uma tia, quando foi chegando perto do Parque Central, a menina percebeu que não era o caminho para onde ele disse que a levaria. “Eu disfarcei dizendo que antes de irmos almoçar, teria que falar com um amigo no parque. Quando ela recebeu a notícia que teríamos uma nova moradora na casa, ela se emocionou muito”, conta Odorizzi, enquanto exibe a pasta com o termo de posse responsável, carteira de vacinação, comprovantes de gastos e outros documentos da cachorrinha, tudo com muita organização.

Aos 64 anos, Luiz adicionou novos hábitos à sua rotina. Ele passeia todo o dia com a Kiara, que animada, quase veste sozinha a coleira quando ele a pega. Outras vidas também foram transformadas com adoção de um novo bichinho. Em mais uma visita, desta vez no bairro Jardim Milena, Maria Beatriz Souza de Moraes (57) e sua neta Maria Beatriz Moraes Mazzini (07) mostram às funcionárias do canil municipal o espaço onde a cachorrinha Pintadinha, chamada por elas de Nina, está dormindo.

A pensionista conta que a filha Raquel Daiana de Moraes, a adotante, começou a tentar convencê-la em aceitar a nova moradora da casa, mas ela logo se preocupou com o jeito arteiro do animal. “Eu tenho muitos vasos de planta, mas é incrível que mesmo com muita energia, ela é muito obediente e não mexe em nada”, comenta. “Eu falo para as minhas amigas da minha cachorrinha e elas querem vir aqui em casa para conhecer”, conta a neta Maria Beatriz com um sorriso largo, enquanto Nina lambe seu rosto como se fosse um agradecimento por agora fazer parte da família.

Na última feira, no dia 28 de maio, foram adotados 51 animais, entre aqueles que estavam no canil municipal e aqueles trazidos por protetoras. Para adotar, basta o interessado ter acima de 18 anos, além de levar o comprovante de endereço com o nome do proprietário, além dos documentos pessoais, como identidade e CPF. O adotante passará por breve entrevista, inclusive com assinatura do termo de compromisso pela posse responsável. A próxima edição do “Eu amo, eu adoto” acontecerá no dia 25 de junho.

Artigo anterior“Cobertor que salva” amplia acolhimento a morador de rua em S. Bernardo
Próximo artigoJundiaí leva apresentação da Orquestra Municipal para os bairros