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“Serei o presidente do Nordeste”, diz Alckmin; vice será da região

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, concedeu entrevista nesta segunda-feira (25/06) a rádio Jornal do Commercio, programa de Geraldo Freire.

No bate-papo de quase meia hora, o tucano disse que pretende ser o “Presidente do Nordeste”. Questionado sobre seu parceiro de chapa, disse que ela estará “muito bem representada com um vice nordestino”.

Adiantou porém, que a escolha só se dará no prazo definido pela legislação eleitoral, até agosto. “Ficarei felicíssimo, e a chapa estará muito bem representada, se o vice for do Nordeste. Mas isso depende das alianças. Nenhum candidato ainda tem aliança com mais de um partido. Nós já temos alianças encaminhadas com 4 partidos e acho que até o final de julho devemos chegar a 8 aliados”.

Alckmin falou ainda sobre a necessidade de o Brasil voltar a crescer e para isso pretende um forte investimento na educação básica, na modernização do país e da desburocratização da máquina pública para trazer mais investimento.

O tucano se comprometeu em promover as reformas necessárias ao Brasil, logo no início do governo: a política com voto distrital ou distrital misto e aperto na cláusula de desempenho para reduzir o número de partido; a tributária com simplificação de impostos; a reforma do Estado e a previdenciária sem mexer em direitos, mas para “fazer justiça”.

Geraldo Alckmin reafirmou seu total apoio à operação Lava Jato por acreditar que o Brasil e as instituições sairão muito mais fortes de tudo que ela já produziu.

Confira abaixo íntegra da entrevista a rádio Jornal do Commercio:

Programa de governo –

Estive em Caruaru, conheci inúmeras obras que estão sendo feitas na cidade e conferi a belíssima festa de São João que eu já conhecia mas ela cresceu bastante. É impressionante a importância cultural e econômica dessa grande festa. Ainda não concluímos nossa proposta de governo, estamos trabalhando intensamente. Já avançamos na Segurança Pública, que contará com o apoio da prefeita Raquel Lyra, e uma das propostas é a criação de uma Guarda Nacional permanente para ajudar os estados e municípios no combate à criminalidade e uma Agência Nacional de Inteligência para a questão das fronteiras, reunindo a inteligência da Polícia Federal, das Forças Armadas e dos Estados para o combate ao tráfico de drogas e armas.

Ministério da Segurança –

Vamos dar total prioridade à segurança pública. Não é aceitável o Brasil ter 62 mil assassinatos como teve em 2016. Em São Paulo reduzimos 13 mil homicídios para 11, 9, 7, 5 e no ano passado foram 3.503. Foi importante a criação do ministério da Segurança porque tem de estar na prioridade do governo federal essa questão. Inclusive na Defesa Nacional com o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras). Raul Jungmann é um bom ministro, agora é preciso avançar. Quem está morrendo são os jovens e os mais pobres, do sexo masculino. Vamos trabalhar muito no enfrentamento do tráfico de armas e drogas e dá a mão aos jovens para que eles não caiam nas drogas. Eu fiz um projeto chamado “Recomeço”, pretendo ampliar, dando oportunidade aos jovens para que eles saiam da dependência química.

Presidente paulistano –

Na minha passagem por Caruaru, o Fernando Henrique foi muito elogiado. Foi no governo dele e do Jarbas Vasconcelos (governador de Pernambuco) que foi duplicada a BR-232. Me pediram inclusive para incluir no programa de governo a recuperação da estrada. A Transnordestina está parada. Nós vamos fazer no Brasil um grande canteiro de obras, que é o que sei fazer, investir em infraestrutura. Aliás já ajudei Pernambuco na questão da Transposição do São Francisco no eixo leste, com todos os equipamentos para ajudar a bombear a água mais rapidamente. Temos uma boa parceria com a Universidade Federal para a vacina da dengue em Recife. Vamos ter a primeira vacina do mundo com apenas uma dose tetravalente, e depois incluir a Zika vírus. A questão da refinaria que é importantíssima, estamos importando derivamos de petróleo e poderemos ter um grande investimento privado que vai alavancar a refinaria. A questão da saúde é absolutamente prioritária no país e é meu dever como médico trabalhar no sentindo de melhorar. E promover o emprego, vamos trabalhar muito para retomar a atividade econômica. E isso só acontece com investimento. Investimento é confiança numa agenda de competitividade.

Crescimento econômico –

O Nordeste pode melhorar muito mais do que o restante do país à medida que o Brasil cresça. Se não há crescimento não há solução. O Brasil precisa voltar a crescer como cresceu na década de 30 até a de 80. O problema é que parou de crescer há 30 anos. Ficou muito caro: um automóvel no Brasil custa duas vezes e meio do que nos Estados Unidos. Os juros bancários custam 4 vezes mais do que no mundo. O país está caro, perdeu competitividade, precisa de uma reforma tributária. Vou fazer essa reforma, substituindo 5 impostos – IPI, ICMS, ISS, PIS e Cofins – por um só que é o IVA (Imposto de Valor Agregado). O maior beneficiário vai ser o Nordeste. Porque ele passa da origem para o destino. O IVA é na ponta, é no consumo. Como o Nordeste tem 54 milhões de pessoas, ele será o grande beneficiário dessa simplificação tributária que pretendo fazer.

Vice nordestino –

Pretendo crescer muito no Nordeste e acho que vamos crescer, levando essa mensagem: Quero ser o presidente do Nordeste. O presidente que vai fazer a diferença. O investimento no Nordeste rapidamente retorna. A capacidade de recuperação da economia nordestina é muito mais rápida. O vice será escolhido até o fim de julho de acordo com a nova legislação eleitoral. Eu gostaria de um vice de outro partido e de outra região. Ficarei felicíssimo, e a chapa estará muito bem representada, se o vice for do Nordeste. Mas isso depende das alianças. Nenhum candidato ainda tem aliança com mais de um partido. Nós já temos alianças encaminhadas com 4 partidos e acho que até o final de junho devemos chegar a 8 aliados.

Reforma tributária –

Quem assumir o governo no ano que vem estará no sexto ano de déficit primário. Há seis anos o governo federal gasta mais do que arrecada e não investe absolutamente nada. É um cemitério de obras paradas no país inteiro. Ferrovias, BRs, portos…Já está previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano que vem R$ 30 bilhões de déficit primário. Então imaginem deve você dever 5 trilhões de reais, 75% do PIB, não pagar nada, isso cresce por minuto e ainda gastar 130 bilhões a mais do que arrecada. É gravíssima a situação. A sociedade não está consciente da gravidade da situação fiscal e da necessidade de medidas urgentes para corrigi-las. Não há outro caminho: o caminho é o Brasil voltar a crescer para ter mais emprego. Defendo no Pacto Federativo o fortalecimento dos municípios. As cidades podem fazer a diferença por exemplo na segurança pública. Estive no Congresso dos Municípios em Brasília e disse que vamos aumentar a competência municipal e repassar recursos para ajudar os municípios. Então insisto, o caminho é o Brasil voltar a crescer. Um governo que traz confiança atrai investimento e com isso retoma a atividade econômica. Pretendo ter um grande programa de rodovias, ferrovias, metrô e saneamento básico porque isso gera emprego rapidamente e ativa a economia.

Guarda municipal armada –

Sou a favor. No mundo inteiro, polícia é uma ação no território. É importante a participação dos municípios na prevenção primária e no policiamento ostensivo por delegação. Articulados, treinados, junto com a Polícia Militar, pode ajudar muito. Todo município tem uma região mais difícil que precisa da presença do poder público, principalmente municipal, não só policial mas também social.

Lava Jato –

Sempre defendi a Lava Jato. O Brasil sempre teve impunidade para o chamado crime do colarinho branco. Então sempre defendi porque acho que o Brasil e as instituições sairão mais fortes disso tudo. É fato que a política no Brasil faliu. A eleição no Tocantins mostrou que 52% do eleitorado não foi votar. É uma frustração generalizada. 35 partidos políticos mantidos com dinheiro público não é possível! Então pretendo em janeiro já apresentar uma proposta de reforma política com voto distrital ou distrital misto e apertar a cláusula de barreiras de desempenho para termos menos partidos com propostas mais claras. Pretendo também apresentar uma reformar tributária com simplificação tributária e uma reforma de Estado. Temos um estado que não cabe do PIB brasileiro. Também quero fazer uma reforma previdenciária. Não para tirar direito de ninguém, mas para fazer justiça. Fazer tudo isso no começo do ano é possível aprovar.Não é

Mais ferrovias –

Não só a greve dos caminhoneiros mas o custo Brasil mostram claramente a necessidade imediata de ampliarmos o modal ferroviário. Qual o grande problema? Estive em Sergipe e lá me disseram que a BR-101 está abandonada. Estive em Pernambuco e me disseram que a Transnordestina está abandonada. Estive na Paraíba, também está parada a estrada que liga Campina Grande a Cajazeiras. A explicação é que o culpado é o meio ambiente ou que os deputados, senadores e governadores não têm prestígio. Não é verdade. O problema de se ter obra parada no Brasil é que falta dinheiro, falta dinheiro e falta dinheiro. O Brasil precisa retomar o crescimento e pra isso é preciso uma agenda de competitividade. O Brasil ficou um país caro e não tem investimento. A minha proposta é retomar crescimento com uma agenda competitiva. Vamos investir na educação básica, infantil fundamental e média. Se crescermos 50 pontos na educação básica, cresceremos 50% no PIB pelos ganhos de produtividade. Temos que modernizar o país, desburocratizá-lo, destravar a economia, e daí traremos investimento privado.

Revisão da Constituição –

O que precisamos é de desconstitucionalizar a parte de gestão. Princípios e direitos não se mexe, mas a gestão precisa ficar em lei complementar ou lei ordinária. Não há necessidade de uma outra Constituição. A Constituição é pré queda do Muro de Berlim. Se fosse alguns anos depois, seria outra. É uma lei muito detalhista em um mundo que é muito rápido. A revolução digital fez muitas profissões desaparecerem, outras aparecerem, tudo muda numa velocidade impressionante. Não podemos ficar a amarrados a votação que exige 308 votos, a PECs (Proposta de Emenda Constitucional).

Estilo Alckmin –

Eu sou da roça. Até os 16 anos nunca morei na cidade. Agora, sou da linha de pensamento de que o político não é show man, ele é pra resolver os problemas do povo, fazer o governo funcionar. Somos servidores do povo e temos de agir com competência para que as coisas sejam resolvidas. É nisso que acredito. Vou trabalhar com humildade, ainda não se pode fazer campanha, mas a gente pode ouvir a população, ver os problemas, estudá-los e buscar as melhores soluções.

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