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Profissões do futuro

 

Por José Eduardo Amantini

Os jovens sabem que precisam estudar constantemente para ser um excelente profissional, assim como também é imprescindível unir teoria e prática para construir uma carreira de sucesso. Adquirir experiências fora da sala de aula e se envolver em atividades extracurriculares também são opções para se destacar no competitivo mercado de trabalho e encarar seus concorridos processos seletivos.

Neste contexto, as exigências que os profissionais precisam corresponder para conseguir as melhores vagas, que já são grandes, tendem a ficar ainda maiores. No recente Fórum Econômico Mundial, o relatório descreveu as previsões para um futuro próximo do mercado de trabalho global.

O período foi chamado de Quarta Revolução Industrial e será marcado pelo impacto da tecnologia em diversos setores da sociedade, inclusive nas relações de trabalho. A principal consequência será um número mais limitado de oportunidades devido a substituições em massa de postos de trabalho atuais por softwares ou inteligência artificial. Surgirão pelo menos 30 novas profissões em oito áreas nos próximos dez anos. Entre elas, podemos citar engenheiro de cibersegurança; mecânico de veículos híbridos; gestor de logística de canteiro de obras; designer de tecidos avançados e analista de Internet das Coisas (IoT).

Segundo o estudo, 65% das crianças que estão hoje no primário exercerão profissões completamente novas quando entrarem no mercado de trabalho. E as suas atribuições serão executadas de maneira diferente na era digital. Isso significa que as ocupações existentes hoje não irão demorar para se transformarem completamente.

Nós, profissionais das mais variadas áreas de atuação, assim como os jovens, devemos compreender quais são e serão os impactos dos avanços da tecnologia e da inovação em nosso cotidiano. Entender o mercado e se manter atualizado sobre as tendências do setor são tarefas para as pessoas que ainda estão escolhendo qual graduação cursar; que estão frequentando as aulas ou para quem já tem certa experiência nos modelos tradicionais.

O relatório do Fórum Econômico Mundial antecipou que, até 2020, 35% das habilidades que são demandadas na maioria das ocupações vão mudar. As características mais valorizadas pelas empresas neste período serão aquelas mais difíceis de ser realizadas artificialmente : liderança; criatividade; capacidade de realizar análises profundas e visão a longo prazo.

O jeito de trabalhar também mudará, e os jovens profissionais devem estar preparados para isso. O chamado “Home Office”, trabalho flexível ou sob demanda serão ainda mais frequentes. Expedientes dessa natureza exigirão dos profissionais autogerenciamento, porque deverão se motivar, cobrar, avaliar os resultados e propor soluções para otimizar os processos sozinhos. Isso demandará disciplina e proatividade.

Outra característica do profissional do futuro é a comunicação múltipla. As empresas de praticamente todos os ramos precisarão cada vez mais de uma equipe que saiba explicar a funcionalidade de produtos inovadores e outras indústrias, governos e clientes. Investir em métodos de autodesenvolvimento permite trabalhar as características valorizadas pelo mercado de trabalho neste momento de transição.

Na era da robótica avançada, inteligência artificial e automação do transporte e da aprendizagem, dominar as novas tecnologias fará toda a diferença. É com essa visão dinâmica que todos os membros que integram a Comissão Permanente de Tecnologia e Inovação de Bauru estão trabalhando para implementar essa cultura no serviço público e no setor produtivo. Ao lado de gestores municipais, educadores, empreendedores e pesquisadores, tenho participado ativamente deste processo. Afinal, ao conhecer novos recursos e possibilidades, você se torna mais criativo, o que é fundamental nesta nova era de inovação.

José Eduardo Amantini  é jornalista e ex-prefeito de Itapuí

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