O Governador de São Paulo, João Doria, desafiou o presidente Jair Bolsonaro a visitar hospitais de São Paulo que atendem vítimas do coronavírus. “Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de saúde de São Paulo. E se não quiser visitar São Paulo, por medo ou qualquer outra razão, vá ver o colapso da saúde em Manaus. Veja a realidade do seu País. Saia da sua bolha, do seu mundinho de ódio”disse.
Hoje, Bolsonaro mais uma vez tentou se esquivar da responsabilidade pelo agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil. O presidente e os governadores estão em desacordo no esforço contra a pandemia do coronavírus, já que os executivos estaduais tomaram as medidas de prevenção, contrariando a indicação do presidente.
Desde o início da pandemia, o presidente tratou a doença com indiferença, chamando-a de “uma gripezinha”, convocando para atos de rua, estimulando o furo ao isolamento social e dando exemplos negativos com relação à prevenção. Suas atitudes, inclusive, foram alvo de críticas por parte do então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que deixou a pasta há cerca de 15 dias.
Ontem, quando o país superou a marca de 5 mil mortos pela doença, Bolsonaro disse “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Confira na íntegra a fala do governador João Doria:
“Convido o senhor, venha a São Paulo. Saia de Brasília e venha visitar o Hospital das Clínicas, os hospitais de campanha. Venha ver as pessoas agonizando nos leitos e a preocupação dos profissionais de saúde de São Paulo. E se não quiser visitar São Paulo, por medo ou qualquer outra razão, vá ver o colapso da saúde em Manaus. Veja a realidade do seu País. Saia da sua bolha, do seu mundinho de ódio. Percorra hospitais e seja solidário com a realidade do seu País. E, por fim, o senhor que gosta de tratar tudo como números e acha que a vida é um número, eu como governador, mas como ser humano, não acho que vida é número. Nem meus filhos são tratados por número. Meus filhos são tratados por nome, com carinho e afeto. Trabalho para salvar vidas. A vida é sentimento e espero que o senhor possa resgatar o seu para ter um olhar de compaixão pelo seu país. Nenhum parente pôde acompanhar o sepultamento. Respeite médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, que ao contrário do senhor, que vai praticar tiro em stand de tiro, essas pessoas estão protegendo pessoas. Pare com essa política da perversidade. Pare de fazer política em meio a um País que chora mortes e infectados. E agora, presidente? Diante de mais de 5 mil mortos, o senhor continua afirmando que é uma gripezinha?”