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A arte de enganar

Aos poucos, o governo da presidente Dilma Rousseff vai se mostrando cada vez mais
parecido com o de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva – para quem o Brasil
só passou a existir a partir da sua gestão -, na arte de enganar, usando a
propaganda e abusando dos discursos em cadeia de rádio e televisão como
ferramentas para consolidar o engodo, com o objetivo de autoviabilizar-se.

Um exemplo claro disso é a situação financeira da Petrobras. A estatal petrolífera,
um dos maiores orgulhos do povo brasileiro e por décadas símbolo do gigantismo
do País, vem enfrentando, nos últimos anos, dificuldades sem precedentes
causadas por absoluta má gestão.

Apenas no ano passado, o lucro líquido da empresa sofreu uma redução de 36% em
comparação com 2011, houve um aumento de 142% no endividamento líquido e
descobriu-se que a autossuficiência nunca existiu. Seu valor de mercado
despencou 40% em três anos.

Isso sem mencionar a queda na produção e a, no mínimo, estranha – e ainda mal
explicada – compra de uma refinaria em Pasadena (EUA) por valor 1.500% superior
ao pago por uma empresa belga um ano antes! Sobre essa situação preocupante da
Petrobras, nenhuma palavra. Em comunicado à Nação, Dilma limitou-se a dizer que
baixou a conta de luz.

Outro exemplo: a presidente anunciou a desoneração fiscal da cesta básica, mas omitiu
que havia vetado a medida há seis meses. E o fez muito provavelmente porque a
iniciativa aprovada pelo Congresso Nacional era do PSDB. Ou seja, para ficar com
a autoria da proposta, a presidente pratica até estelionato intelectual e ainda
tenta faturar eleitoralmente. E, assim, Dilma e seu marqueteiro vão induzindo a
população ao erro.

Mas não param por aí as idiossincrasias. A presidente Dilma, aos poucos, demonstra ter um conceito deveras elástico sobre ética. Em meio a denúncias de corrupção e irregularidades envolvendo ministros e membros de alto escalão do seu governo, Dilma fez propagar que faria uma faxina quando, na verdade, se viu obrigada a demitir. Mas, aos poucos, vem se reaproximando de partidos e nomes maculados pelos escândalos do início de sua gestão.

São os casos do PR, de Valdemar Costa Neto, condenado a sete anos e dez meses de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento no mensalão, e o PDT de Carlos Lupi, aquele que disse que só sairia “abatido a bala”, mas deixou o governo por estar envolvido em uma onda de escândalos.

O ápice do engodo foi o uso da última pesquisa CNI/Ibope, que mostra o governo
Dilma com 63% de aprovação. Coincidentemente, o levantamento foi feito entre os
dias 8 e 11 de março. No dia 8, que é o Dia Internacional da Mulher, Dilma fez
um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio para anunciar que iria acabar
com os impostos da cesta básica.

Mas a aparente supremacia na popularidade da presidente esconde dados que conflitam
com os números gerais divulgados. A mesma pesquisa aponta que, de nove áreas de
atuação, em três – segurança pública, saúde e impostos – o governo é reprovado
pela maioria e em duas – educação e taxa de juros – pela metade da população. Na
saúde, 67% reprovam as ações federais no setor e na segurança, 66%.

Dilma usa o Dia da Mulher e o horário nobre na mídia para turbinar os números
favoráveis a si e a sua gestão, de olho na eleição. Com isso, vai provando que
quer bater Lula não apenas na popularidade, mas também na mania de ludibriar a
opinião pública.

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