A elite petista abancada no poder adora mordomias e privilégios, mas odeia a chamada classe média, embora nem sempre consiga ou queira compreender o que seja esse importante estrato social. Dos pseudo intelectuais aos ‘líderes’, passando pela repetitiva militância, a visão que os petistas arrotam da classe média é a de uma gente metida, preconceituosa e responsável pelos males do país. Isso ao tempo em que, na propaganda deles, a realização maior da política social-assistencialista do partido, nos últimos 13 anos de poder, teria sido a de fazer com que milhões de pobres ascendessem à dita classe média, sonho realizado. Dá pra entender?
Ora, o Brasil é hoje um país de classe média, parte expressiva da população e dos eleitores. Mais importante do que isso, é a classe média, trabalhadora, que sustenta o país, com o suor do dia a dia, o pagamento dos mais variados e às vezes absurdos impostos, produzindo, comprando, consumindo, gerando riqueza, renda, trabalho, dividendos para alimentar e manter a máquina pública. Mais respeito pois, ao falar e tratar com a classe média. Da que usa motos e tem carteira de trabalho assinada à que veste ternos ou tem ofícios variados – profissionais liberais, comerciantes, pequenos agricultores… O Brasil deve muito a cada um deles.
Essa elite petista que ora, e há mais de década, está no poder, costuma agredir a classe média sempre que tem chance em discursos, nos palanques, programas eleitorais, artigos escritos, reuniões, palavras de ordem… Mas, quando a coisa fica feia, por culpa da incompetência, da arrogância e da incúria deles próprios, recorrem quase sempre a ela a pedir socorro. O exemplo mais recente é a proposta de cobrir o incalculável rombo no orçamento, marca da desastrada ruinosa governança da presidente Dilma, com mais e mais impostos, além dos já aplicados aumentos escorchantes das tarifas públicas, além da incontida inflação e do desemprego. Quem vai pagar mais essa conta? A classe média, óbvio.
Sem mais esperanças, sem acreditar nos bons propósitos e (in)decisões do Planalto, a classe média pergunta pela redução de no mínimo 50 % dos 39 ministérios, pelos cortes nos mais de 23 mil cargos comissionados, cartões corporativos, mordomias palacianas… cadê? Até que seja apenas para dar exemplo, mostrar um tico de austeridade nesse momento grave de crise, passar alguma credibilidade para a população, empresários, comunidade internacional.
Como as coisas estão andando, em círculos e sem destino, é mais fácil aquela velha vaquinha já citada tossir do que a Câmara aprovar mais impostos que penalizem ainda mais o nosso povo. Só quem tem autoridade moral e credibilidade consegue o empenho e o sacrifício da população. E isso a presidente Dilma Rousseff perdeu, atiçou no lixo, faz tempo. Ninguém acredita mais.