Editorial
Amanhã comemoramos o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra em aproximadamente 750 municípios brasileiros.
Um feriado sempre é bem-vindo a nós trabalhadores, que tiramos o dia de folga para passear e fazer coisas que a rotina e o cotidiano muitas vezes não nos permitem.
Mas esse feriado é algo especial e está intrinsecamente ligado às nossas origens, à nossa cor.
A nossa colorida tonalidade de pele que vem bem antes da colonização, somos amarelos, índios, pardos, negros. Somos coloridos na pele, na história, nos talentos, no jeito, na música, no ritmo e na maneira como pensamos.
Desde 1600 nossos ídolos já lutavam pela liberdade que temos hoje. A liberdade de pensamento, de ideais, de ir onde bem entendemos, de trabalhar, votar, e de nos sentirmos iguais, mesmo que nem sempre isso aconteça em vias de fato.
Hoje, um dia antes desse feriado, meu coração está tomado por um sentimento de orgulho de minha origem, de nossa miscigenação, e principalmente, sinto-me agradecida pela força de Zumbi dos Palmares em ousar sonhar com a liberdade dos negros numa época de escravidão, em que os negros eram submetidos a todo tipo de maus tratos que tentavam reduzi-los a nada.
Mas ele nunca se sentiu assim, ele ousou, sofreu, apanhou, lutou e não desistiu. Ele morreu sonhando com a liberdade que temos hoje e que ele nos ajudou a conquistar. E esse feriado não é em memória da sua morte, mas sim aos ideias de igualdade e liberdade que o motivaram em sua luta e que hoje nos dá força para combater qualquer preconceito racial que tente denegrir e manchar a história de nossa origem.
Não quero ser ousada, mas pegue alguns minutos do dia de amanhã, feriado da Consciência Negra, e pense na escravidão de almas e corpos simplesmente pela cor e pelo jeito calmo, simples e trabalhador além da ganância de uma sociedade branca e escravagista.
Eleve o pensamento até Zumbi dos Palmares e agradeça o dia de hoje e a leve sensação de liberdade que é um sossego para nossa alma.


