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A demagogia barata de Juca Kfouri

Por Marco vinholi

Juca Kfouri dá sinais claros de covardia, desonestidade, e apresenta seu lado abutre na destrambelhada tentativa de usar a memória dos nove jovens de Paraisópolis para fazer proselitismo eleitoral e político.

Seu discurso clichê, em artigo publicado na Folha na terça-feira (10), neste espaço, não conforta a dor de quem perdeu filhos numa tragédia que comoveu o Brasil. Deveria, por isso, pedir desculpas às mães dos jovens, por usá-los na vergonhosa manifestação de demagogia partidária, mas lhe falta sensibilidade e senso de justiça.

Sei que isso seria exigir demais de quem, recentemente, esteve à porta da Polícia Federal defendendo liberdade para condenados pela Justiça. Como pedir bom senso a quem sempre bajulou o petismo? A quem se manteve míope diante dos escabrosos casos de corrupção e da trágica incompetência administrativa que colocaram o Brasil na pior recessão de sua história?

Enquanto ele vilipendiava a dor alheia para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), os familiares dos jovens estavam no Palácio dos Bandeirantes, sendo ouvidos e acolhidos, para que haja transparência e isenção na apuração dos fatos. Essa é a determinação do governador. As famílias precisam de respeito e alento. E os fatos serão esclarecidos para que não se repitam. Não será um ataque rasteiro que vai encurtar o luto de mães.

Juca Kfouri negligencia essa e todas as demais iniciativas do governo. Ignora a imediata manifestação do governador, que lamentou a tragédia, se solidarizou com as famílias e determinou a total apuração do caso. Desqualifica o trabalho de uma instituição que tem demonstrado profissionalismo e compromisso com aperfeiçoamentos. Esquece os passos seguintes do nosso governo, de dialogar diretamente com as famílias, de envolver observadores independentes no esclarecimento do episódio. Kfouri omite, por fim, melhorias em curso, como a ampliação de ações culturais não apenas em Paraisópolis, mas para várias comunidades de São Paulo.

Para saciar seu extremismo oportunista, Juca Kfouri utiliza o ódio e, de maneira covarde, ultrajante e vil ataca a honra do deputado João Agripino Doria, pai do governador. O deputado enfrentou o golpe militar e a ditadura que se iniciava, sofrendo com a cassação e o exílio. Naqueles tempos, Juca Kfouri participou de um grupo de extrema esquerda cujos integrantes diziam que “todos somos guerrilheiros, terroristas e assaltantes”. Mas Juca, como os grandes covardes, fugiu do combate.

Ignorar os fatos e transformar o triste episódio de Paraisópolis em demagógica disputa política, recheada de ataques pessoais, revela, lamentavelmente, o caráter de seu autor.

Secretário de Desenvolvimento Regional do estado de São Paulo e presidente estadual do PSDB

 

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