O Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva surfou a mais longa e sincronizada onda de crescimento econômico mundial do pós-guerra. Assumiu em 2003 um país temeroso pela chegada do PT ao Planalto — daí a disparada do dólar e o inevitável ricocheteio na inflação —, mas teve a clarividência de usar métodos “neoliberais” na contenção da crise e, assim, pôde se beneficiar do ciclo global de expansão. Com os Estados Unidos ainda em grande forma depois dos dois governos Clinton (encerrados em 2001), o Brasil também se beneficiaria do poder de tração de uma China que de forma crescente colhia os benefícios das reformas pró-mercado empreendidas a partir de Deng Xiaoping.
A herança mais fulgurante daqueles bons tempos foi o histórico resgate da dívida externa, feito basicamente pelo superávit das exportações de commodities para os chineses (minério e soja). Além do acúmulo de mais de US$ 300 bilhões em reservas, essenciais hoje para, junto com o câmbio flutuante, suavizar os solavancos do choque cambial em andamento, devido à anunciada proximidade da mudança de sinal da política monetária americana. Com tudo sob razoável controle e as exportações em ótimo momento, era pregar no deserto defender reformas tópicas para melhorar a competitividade da economia. O Brasil nunca se destacou — ao contrário — por sua agilidade na competição global. Leia AQUI


