A Folha de São Paulo abriu um debate sobre a revisão do projeto Nova Luz. Defendendo essa revisão, o novo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, doutor pela USP, destaca as seguintes questões: o enfrentamento do crack transcende às questões puramente urbanísticas; com a modernização da CPTM e a inauguração da linha 4 do Metrô, e sem a integração das políticas de transportes e de uso do solo, a área não se aproveita da alta acessibilidade ofertada; os equipamentos culturais localizados na Luz não são suficientes para uma profunda transformação da área; a questão da moradia é a questão principal, sendo estratégica a promoção de novas moradias populares para a requalificação da área; a rede de comércio especializado é um dos principais motores das dinâmicas da área central, mas falta um projeto traçado com os setores produtivos em condições de empreender a melhoria das estruturas de comércio.
Em contraponto à essa opinião, o secretário anterior, Miguel Bucalem, também doutor pela USP, reconhece que o projeto pode ser melhorado e ajustado, mas que não deveria ser descartado e esclarece todo o processo de anos que levou ao seu detalhamento, com a participação de técnicos e a audiência de milhares de pessoas em reuniões públicas. Afirma que ele garante a transformação da área como um todo, dando-lhe as características desejáveis segundo as melhores práticas urbanas para regiões centrais de grandes cidades.
Analisando as duas matérias publicadas percebo que Mello Franco ainda está nas nuvens. Não acrescenta nada de novo na proposta de revisão, a não ser a realização de um nebuloso projeto traçado com os setores produtivos, que não se sabe o que isso significa. Tudo o mais são obviedades. Apenas referenda o compromisso político assumido com os comerciantes da região, no período eleitoral, pelo prefeito Haddad, sem saber como o fará.
Já o artigo de Bucalem mostra alguém que se envolveu na questão, tem os pés no chão, pegou no pesado e pode concluir um excelente trabalho que pode ser ajustado, nunca destruído.