A gravidade do atual momento político brasileiro é inegável, tanto quanto o tamanho dos desafios econômicos e sociais a serem enfrentados e resolvidos.
Não há solução fácil ou simplista que dê conta de um novo arranjo de forças representativas capazes de promover as ações necessárias para a retomada do crescimento e do emprego, assim como da moralidade nas relações público-privadas.
Urgência existe, mas açodamento inevitavelmente nos levaria a um cenário de mais incertezas e menos alternativas.
Na história, não faltam exemplos do quanto voluntarismos ou soluções miraculosas trazem graves e duradouras consequências negativas.
O radicalismo encontra terreno fértil em conjunturas nebulosas, que só desanuviam com racionalidade e disposição ao diálogo e ao olhar prioritário para as perspectivas futuras, sem vistas grossas ou anistias aos desvios do presente e do passado.
É preciso que fiquem claras, de antemão, as diferenças entre acordo e conluio, entre razão e esperteza, entre razoabilidade e displicência. Em suma, não se pode confundir responsabilidade com ambiguidade, licenciosidade.
O compromisso com o Brasil que marca a trajetória do PSDB é simples e objetivo: construir um país com capacidade de pleno desenvolvimento, traduzido em mais riqueza associada a mais justiça social. Intrínseco a esse processo está a noção do que é República, o cuidado e o respeito com a coisa pública.
Não há país desenvolvido com desigualdades de renda e de oportunidades nem com impedimentos burocráticos ou delituosos à livre iniciativa.
Precisamos passar a limpo os casos de corrupção que vieram à luz do dia sem nos lançarmos a aventuras sombrias, fadadas a novos retrocessos que só aumentariam as incertezas e os riscos de sectarismo e abusos.
Precisamos perseverar nas reformas de modernização do estado e da atividade produtiva sem abrir mão dos regramentos da Constituição e das leis, nem do compromisso com uma nova moral política e republicana.
Precisamos encontrar o caminho certo para seguir adiante, e não para voltarmos aos obstáculos prévios.
A solução que precisa ser construída para o impasse que o Brasil vive, em termos políticos e econômicos, necessariamente precisa contemplar esses dois escopos indissociáveis de uma sociedade como a nossa.
A disposição ao diálogo das forças compromissadas com o país, e não com interesses próprios, depende de um esforço genuíno e sincero de promover as mudanças no funcionamento do estado, dos partidos e dos debates públicos.
Mais do que apontar defeitos dos outros, é preciso encontrar acertos em comum e que tenham como propósito um Brasil mais próspero. A responsabilidade está na mão de todos nós.