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Abolição para a mulher negra!

Solange JuremaO dia 13 de maio de 1888, data da atrasada libertação dos escravos no Brasil, ficou para sempre como um marco que encerrou uma das mais perversas páginas da história brasileira e da humanidade.

Passados 126 anos, há de se focar sobre o que ocorreu com a mulher afrodescendente no Brasil: sua posição na sociedade; suas dificuldades; as discriminações específicas que enfrenta por conta do gênero e da raça, no dia a dia de suas vidas.

Hoje, o Brasil conta com cerca de 50 milhões de mulheres negras, número superior ao das brancas e que representa cerca de um quarto da população do país.

É, sem dúvida, um considerável contingente que ainda está longe de ocupar, na sociedade brasileira, o lugar que lhe é devido.

Na política e na economia, as afrodescendentes sofrem inúmeras discriminações, comprovadas por dados estatísticos: ingressam mais cedo no mercado de trabalho, 75% delas sem carteira assinada e são as que mais pontuam as taxas de desemprego.

Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a remuneração das negras é 40% menor do que a das brancas, com igual qualificação. No país, menos de 0,5% das empresas nacionais contam com mulheres afrodescendentes em cargos executivos relevantes.

Outro dado assustador: 61% das mulheres assassinadas no Brasil são negras, percentual que sobe para 87%, no Nordeste, uma das regiões com o maior número de negros do país.

Há muito que mudar e o que fazer. No PSDB, o Tucanafro se mobiliza em todas as unidades da Federação para conscientizar a população; lutar pelo fim da discriminação; garantir cidadania aos afrodescendentes de maneira geral e para promover sua inserção na sociedade.

Sempre é bom lembrar que, em tempos em que os atuais governantes se consideram “pais” de toda boa obra no Brasil, Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente da República a abrir um espaço institucional aos movimentos de afirmação dos negros.

Depois da Marcha “Zumbi + 10” a Brasília, em 1995, o presidente Fernando Henrique teve a coragem de reconhecer a existência do racismo no Brasil e das desigualdades por ele provocadas.

Em novembro de 1995, o governo do PSDB criou o  Grupo de Trabalho Interministerial Para a Valorização da População Negra, embrião de políticas públicas afirmativas e de um novo olhar para a questão racial no Brasil. Posteriormente, inúmeras destas propostas foram incluídas no programa nacional de Direitos Humanos (PNDH), inclusive com a adoção de políticas compensatórias para promover a comunidade negra na economia e na sociedade brasileira.

Fernando Henrique abriu espaço para um amplo debate sobre o racismo, especialmente na Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, da ONU,  em Durban, África do Sul. E, depois desse encontro, adotou as primeiras políticas de quotas nos ministérios, como o da Justiça, o Itamaraty, o Desenvolvimento Agrário e outros.

É antiga a preocupação do PSDB com a questão do racismo e a discriminação da mulher na sociedade brasileira, e já deu resultados positivos no avanço da luta de toda a sociedade contra qualquer tipo de discriminação.

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