Início Bancada Ações para conter zika vírus ficam apenas no discurso, destaca Haddad

Ações para conter zika vírus ficam apenas no discurso, destaca Haddad

Brasília (DF) – Apesar de um inflamado pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, ainda são poucas as ações efetivas promovidas pelo governo da presidente Dilma Rousseff no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, a febre chinkungunya e o zika vírus. É a avaliação do deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), que criticou a demora do governo em liberar recursos para bancar a confecção de uma vacina para a doença.

“O que nós temos assistido é que o governo faz algumas afirmações, mas as suas atitudes não vão ao encontro do que ele fala. Isso aconteceu na campanha [eleitoral de 2014]. A campanha da presidente Dilma foi um estelionato eleitoral e os efeitos, os resultados, nós estamos sentindo agora”, afirmou.

De acordo com entrevista com Jorge Kalil, presidente do Instituto Butantan, um dos principais centros de pesquisa biomédica do país, o Ministério da Saúde até agora não liberou recursos para viabilizar uma vacina contra o zika vírus. Em reportagem publicada nesta quinta-feira (04/02) pelo jornal Folha de S. Paulo, ele disse que seriam necessários R$ 30 milhões para a fase inicial do trabalho.

O problema, segundo Kalil, é que o governo do país não transforma a retórica em ações concretas. “No Brasil se fala muito, e se faz pouco. Acho que tinham que arrumar o dinheiro e deixar os cientistas trabalharem”, destacou. Ele acrescentou que também há um atraso no recebimento de R$ 300 milhões referentes à última fase de testes para a vacina contra a dengue.

Para Miguel Haddad, a gestão petista deveria dar mais atenção ao combate de doenças como o zika vírus, que já preocupa o mundo todo, mas especialmente os brasileiros. “A presidente Dilma até demonstrou preocupação com o tema, mas ficou apenas no discurso, na peça publicitária. Ação efetiva nenhuma até agora, nenhuma campanha de maior envergadura, nenhum investimento para o Instituto. Isso demonstra que, de fato, há um distanciamento muito grande entre o discurso e a prática”, apontou.

O tucano defendeu que três anos é um tempo muito longo para esperar pela vacina para um mal que já acomete os brasileiros agora. Por isso, ele ressaltou a importância da celeridade dos investimentos e da implantação de uma campanha educativa que conscientize a todos os brasileiros sobre a importância do combate ao mosquito.

“É essencial que haja um estudo do Instituto Butantan, que é um instituto idôneo, competente, qualificado e que pode, de fato, realizar estudos e obter encaminhamentos sobre uma vacina, ou um medicamento, que possa atenuar esse quadro que preocupa o Brasil como um todo”, completou o parlamentar.

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